Eu tinha o espírito aberto
Ás vezes andei perto
Da essência do amor
Porém no meio dos colchões
No meio dos trambolhões
A situação era cada vez pior
Tu despertaste em mim um ser mais leve
E eu sei que essencialmente isso se deve
A esse passo inseguro e ao paraíso no teu olhar
Ás vezes andei perto
Da essência do amor
Porém no meio dos colchões
No meio dos trambolhões
A situação era cada vez pior
Tu despertaste em mim um ser mais leve
E eu sei que essencialmente isso se deve
A esse passo inseguro e ao paraíso no teu olhar
O Jorge Palma é tipo tu cá, tu lá. Acompanha gerações e gerações, é transversal. Ou se ama ou se odeia, tal e qual acontece com a ópera e com o fado.
Comigo, não tem sido diferente, isto é, não existe nenhuma música que não se "vista em mim", como se tivesse sido feita à minha escala, à minha medida, quase como se ele me vasculhasse a alma e vislumbrasse assim, a olho nú, as minhas entranhas, as penas, algumas dores e umas quantas alegrias (e gazuas também, entenda-se!).
Desta feita, "Dá-me Lume" transporta-me para "lá de Bagdad", onde supostamente ficaram as botas do outro Sr.. E leva-me até há precisamente 9 anos atrás, mais concretamente por altura do Santo António, ali mesmo para as bandas da Caparica, naquele que será sempre o nosso eterno Camping.
Entre uma rodela de chouriço, um vinho tinto do mais rasco possível, uma colherada de caldo verde, um passito de dança, mais uns shots estranhos na Disco mais perto, senta daqui, abraça d'acolá, vários pedidos e uns tantos beijos roubados, um calor gigante em pleno Junho, o acordar mais cedo para irmos às sardinhas, o irmos juntos fumar o último cigarro da noite a ouvir o mar, o esperarmos um pelo outro à porta das WC (ui, que lindo!), o lavarmos a louça e fazermos a salada juntos... Sim, foi tudo isto que me fez chegar até ti naquela altura quando, na realidade, já éramos amigos desde os 14 anos.
SIM. Demo-nos muito lume; incendiámo-nos vezes sem conta. No fundo, não passamos de uma mulher e de um homem vulgares, que tivemos a sorte de nos saborearmos muitas vezes, na certeza porém de que sabemos que somos (e seremos sempre) os tais. E isto, definitivamente, ninguém nos tira... E só nós dois entendemos.
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