31 de dezembro de 2012

A caminho de... 2013.


Querido Ano de 2013,

Vim aqui tão somente para te avisar de que é exactamente assim que te vou receber: de chicote em punho ou na mão, que isto agora já é como tu quiseres, até porque, em matérias de sexo e afins, cada um sabe o que quer e do que mais gosta. E nisto já não me meto pois... Cada um sabe de si.

Razão, senhores! RA-ZÃO. Será um ano para racionalizar; Se em 2012 nos "pré-dispusémos" a amar, eis que agora... Vai tudo a eito, já dizia a minha querida Avó Prazeres.

E já agora... Abram alas (ou abram-se eles...). Afinal, tenho o belo do chicote na mão.


27 de dezembro de 2012

Conceito de Felicidade.

Vamos fazer de conta que é dia 25 de Dezembro, Dia de Natal, caso contrário seria difícil contextualizar este meu post.

De há sete anos para cá que o meu acordar nesta data se tornou diferente. Sim, diferente, digamos assim até para não tornar este texto lamechas e manchado já, à cabeça, por tristezas e assim. "Coise e tal", como diria Miss V.

Abro olhos assim naquela, sem saber muito bem em que terra estou. O barulho das portas dos armários, de tachos e panelas há muito que se faz sentir e, acabo, naturalmente, por me render às evidências, encaixar e realizar, de uma vez por todas, que é hora de tirar o rabo da cama.

Primeiro, solto as pernas dos lençóis para sentir a temperatura do ar, procuro os chinelos de quarto que, provavelmente, estarão um para cada lado. Respiro fundo, mais uma vez. Há muito barulho lá ao fundo, na cozinha. Raios, xiça, penico! Nos entretantos, o cheiro de carne a assar tranquilamente no forno é algo que se me entra pelas narinas e me faz farejar, como se do mais belo perfume se tratasse. Mas não se trata do mais belo de todos, não. Isso é que não.

É o odor, o sabor, o calor do pescoço da minha Mãe que almejo sentir! Sei que lhe vou aparecer de surpresa, ela vai soltar uma asneirola fácil e feia mas depois aninhamo-nos como se não houvesse amanhã... Como se não houvesse destino. E, naquele INSTANTE, não existe, mesmo. De todo! Ou julgava eu que não existia. No fundo, e para ser realista, é mais isto, que há muito que deixei de acreditar no Pai Natal. Bem entendido.

Tudo o resto podia estar "lastimoso". Bom, certo e sabido que nunca fui pessoa de grandes lamentos até porque a vida tem-me corrido relativamente bem. Aliás, conheço alguém muito especial que sempre me disse «-Tu tens uma vida simpática». Confere; A pessoa está certíssima! Mas sim, por uma ou outra razão, a "coisa" podia até nem estar a correr de feição que a mim me bastava, tão somente, a minha Mãe existir, ela ser minha e eu ser a sua menina, a sua Paulinha de olhos grandes e pestanudos, de sorriso aberto e a quem ela tantas vezes obrigava a cantar. Pois que, é verdade. Fazia-me cantar e representar como se estivesse por aí, num palco qualquer. Ui, das figurinhas.

Aquele momento, aqueles abraços todos, os cheiros, o entregar-me nos seus braços, fazê-la sentir-se a melhor Mãe do Mundo e ser, garantidamente, a Filha mais feliz e preenchida desse mesmo Mundo também... Este sim é o meu conceito de Felicidade. Não, nunca conheci e dificilmente irei conhecer outro igual.

Hoje, no agora dos dias presentes que correm desalmadamente, como se fossem uns grandes malucos, as manhãs de dia 25 de Dezembro são, nada mais e nada menos, iguais a tantos outros acordares domingueiros. Preguiça daqui, preguiça d'acolá, salto da cama e tudo o resto acontece. Faz parte, direi eu. Ou não, sei lá eu! 

Do património dos meus afectos posso afirmar que, pelo tempo que for, pelo tempo que durar, o meu Amor Existe. E esse Amor (ainda) és Tu, Mãe



20 de dezembro de 2012

Outra oportunidade, outro caminho.


In Fábrica da Escrita.

Noites sem sexo são perfeitas, também: janelas entreabertas,
sombras que passam na rua através das horas, relâmpagos
que não chegam a iluminar as paredes do quarto. Românticos
que se encontram depois de viver vidas paralelas, cansados

– mas enlaçados antes que chegue a hora de partir, sem saberem
se amanhã há outro sono igual, ou uma escolha para fazer.
Os dois sabem que são doidos, estendem os dedos na escuridão
entre as luas. Os dois sabem que mais adiante podem arder
de repente no meio do Verão, consumidos pelos segredos

e pela indiferença. Noites sem sexo são perfeitas, também;
e raras, e condenadas e incompletas. Borboletas no estômago,
batendo asas contra todas as paredes do corpo – não deixando
que ele adormeça, inquieto e insatisfeito, voltado para dentro

e para o passado. Românticos que se encontram quando nenhum
deles esperava outra oportunidade, outro caminho. Nunca estamos
preparados, diz um. Nunca estamos, repete o outro, quando
a primeira borboleta sossega depois de um beijo em dívida.

Francisco José Viegas
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Sexo é SEMPRE bom. Lamento mas esta gerência agradece novas oportunidades, outros caminhos. E que se fodam os falsos moralismos e mundinhos de faz-de-conta, do ah e tal que somos tão pudicos, certinhos, direitinhos e engomadinhos. Que se foda toda esta gentinha de merda e, assim como assim, outras tantas mais.
  
 
 

17 de dezembro de 2012

Não sei fingir.

 

«Não sei fingir que amo pouco, quando em mim ama tudo.» 
-- Vergílio Ferreira --
Esta coisa do Inverno e dos dias que passam a correr deixa-me assaz "perdida" (ou será mais parva?). E é entre estes dias que correm assim, desalmadamente, loucos e ferozes como só eles, que se me fica tanto por dizer, tanto por fazer.
Só que... Não sei fingir. É Natal e eu estou-me completamente nas tintas para tal. Olhem, do nada (que em mim é tudo), até rimei, vá lá. Parece-me bem.
Mas como ouvi dizer este fim-de-semana, «não há bicho, logo não há peçonha», isto passa-me.
 
  
 

7 de dezembro de 2012

Segredos.

Olhar Inquieto. Costa da Caparica, Agosto de 2008.


E Dezembro chegou. Frio e chuvoso como só ele.

O meu Pai fez 59 Primaveras mas não parece nada! Isto é coisa de genes, só pode.

O Hospital da Luz recebeu-me logo de seguida... Mesmo sem ter completado uma semana, aqui estou. E estarei, é o que é.

E, tal como disse à minha Amiga Marilia, depois da morte precoce da minha Mãe, parece que nada mais me afecta. E descubro que, a cada dia, a cada provação do Universo, tenho uma força interior descomunal. Sou uma verdadeira força da Natureza. Amén.

Sou uma Gaivota, seguramente.

Meu amor, porque me prendes?
Meu amor, tu não entendes,
Eu nasci para ser gaivota.

Meu amor, não desesperes,
Meu amor, quando me queres
Fico sem rumo e sem rota. 

Meu amor, eu tenho medo
De te contar o segredo
Que trago dentro de mim. 

Sou como as ondas do mar,
Ninguém as sabe agarrar,
Meu amor, eu sou assim.

Fui amada, fui negada,
Fugi, fui encontrada,
Sou um grito de revolta.

Mesmo assim, porque te prendes?
Foge de mim, não entendes?
Eu nasci para ser gaivota.