26 de março de 2013

Do que é Eterno em mim.

devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.
os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.
por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.
os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

foste eterna até ao fim.

-- José Luís Peixoto.
 

21 de março de 2013

Mas por hoje, CHEGA!

I've been holding out so long
I've been sleeping all alone
Lord I miss you
I've been hanging on the phone
I've been sleeping all alone
I want to kiss you...
 

19 de março de 2013

O meu Pai & Eu.


Gala do 104.º Aniversário do Sport Lisboa e BENFICA, Casino do Estoril_2008.02.28.

Adoro esta nossa foto! Até porque não há muito mais a dizer nestas datas... Todos os dias vão sendo nossos, desta ou daquela maneira. E quando não temos Quartas... Jantamos às Terças!

Entretanto, o postal que já leste dizia...
- Pois que agradeço todos os teus ensinamentos que sempre... Me entram por um ouvido e saem pelo outro! Que é nada mais, nada menos o que me dizes há vários anos!!!

Mas que raios! És tão fixe, tão fixe que até me acompanhaste à Gala do 104.º Aniversário do Benfica, em Fevereiro de 2008! E já me respondias tu ontem: «-Fixe sou eu e era o Mário Soares!». Pronto, o sentido de humor é hereditário. Definitivamente!

Do meu Eu@.

(Imagem retirada da net.)



Eu.
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
 
-- Florbela Espanca.
 
 

18 de março de 2013

Insuportável, é o que é.


«Morro de ti, amor, de amor de ti,
da urgência da minha pele de ti,
da minha alma de ti e da minha boca,
E do insuportável que sou sem ti.» -- Jaime Sabines.


Eu cá não sou o Jaime Sabines mas estas palavras entranharam-se em mim e tudo por ti; Por tua causa. Estou farta desta ausência. Da tua ausência filha de uma grande puta como o raio que partiu essa vidinha de merda que tens (e para onde, decididamente também me arrastaste e eu, feita parva, deixei-me levar). E tal como já em tempos tinha conseguido concluir... Tu só podes ser um cabrão de um gajo muita do esquizofrénico, esquisito para caraças mas que, sabe-se lá porquê, me encantas e me fazes perder o norte na vã esperança de me perder, quiçá, de amores por ti. Cenas do caralho. É o que é.

Maldição? Agonia? Que sina a minha, raios. Podias ter tudo e não tens nada. Vai mais é para o diabo que te carregue.

[Isto vai-me passar... Ou se vai, caralho!]






Ele é Jesus mas não é bruxo.

«-Sou Jesus mas não sou bruxo.», Jorge Jesus ontem, depois da goleada de 0-4 ao Vitória de Guimarães.

Certo, certo e sabido é que estamos no nosso lugar de SEMPRE: 1.º. E quem não salta é tripeiro, olé olé!

15 de março de 2013

Das coisas que (ainda) mexem comigo.

Ele queria ser filósofo e escritor mas... Transformaram-no em economista. Partiu hoje, no seu natural regresso a casa - R.I.P.

14 de março de 2013

Poderia.



Costa da Caparica, Outubro de 2011.


«A gargalhada era aterrorizadora porque acontecia no passado e só a imaginação maléfica a trazia para o presente, saudade do que poderia ter sido e não foi.» -- Clarice Lispector.

(Estou cheia, cheia, cheinha de saudades tuas... Raios. Mas eu SEI que isto me passa.)


13 de março de 2013

A contar desde as 06:00 de Domingo (passado, mas isso agora não interessa nada).

«Conto até cem e, se não chegares antes dos cem, vou-me embora. Não chegaste antes dos cem. Conto de cem a um e, se não chegares antes do um, vou-me embora. Não chegaste antes do um. Conto dez automóveis pretos e, se não chegares antes dos dez automóveis pretos, vou-me embora. Não chegaste antes dos dez automóveis pretos. Nem antes dos quinze táxis vazios. Nem antes dos sete homens carecas. Nem antes das nove mulheres loiras. Nem antes das quatro ambulâncias. Nem sequer antes dos três corcundas e, entretanto, começou a chover.»
-- António Lobo Antunes.
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[Pronto, vá. Vou contar até à 7.ª onda para depois mergulhar, tal como me dizia (e fazia) a minha Mãe na Caparica...]

Decididamente

«Não quero precisar de ti porque não te posso ter.»

Ainda assim, morro de saudades dos teus abraços, do teu calor, do teu carinho e dos teus beijos de língua que me elevam até nem sei bem onde. E estava capaz de tudo. Raios.

(Isto é apego e eu NÃO quero.)




Num andaime. Na multidão.

[Algures em Setembro/2010.]

BALADA PARA UM HOMEM NA MULTIDÃO.
 
Este homem que entre a multidão
enternece por vezes destacar 
é sempre o mesmo aqui ou no Japão
a diferença é ele ignorar.

Muitos mortos foram necessários
para formar seus dentes um cabelo
vai movido por pés involuntários
e endoidece ser eu a percebê-lo.

Sentam-no à mesa de um café
num andaime ou sob um pinheiro
tanto faz desde que se esqueça
que é homem à espera que cresça
a árvore que dá dinheiro.

Alimentam-no do ar proibido
de um sonho que não é dele
não tem mais que esse frasco de vidro
para fechar a estrela do norte.
E só o seu corpo abolido
lhe pertence na hora da morte.

-- Natália Correia.


Cómo amar a alguien más que a nosotros mismos.

Para a Bray, para a Miss C. e para a Loura N.:

"Hijo es un ser que Dios nos prestó para hacer un curso intensivo de cómo amar a alguien más que a nosotros mismos, de cómo cambiar nuestros peores defectos para darles los mejores ejemplos y, de nosotros, aprender a tener coraje. Sí. ¡Eso es! Ser madre o padre es el mayor acto de coraje que alguien pueda tener, porque es exponerse a todo tipo de dolor, principalmente de la incertidumbre de estar actuando correctamente y del miedo a perder algo tan amado. ¿Perder? ¿Cómo? ¿No es nuestro? Fue apenas un préstamo... EL MAS PRECIADO Y MARAVILLOSO PRÉSTAMO ya que son nuestros sólo mientras no pueden valerse por sí mismos, luego le pertenecen a la vida, al destino y a sus propias familias. Dios bendiga siempre a nuestros hijos pues a nosotros ya nos bendijo con ellos.»

-- José Saramago 


Porque, apesar de não ser Mãe, já fui muito amada. Mas também porque, sempre que penso neste Amor imenso, INCONDICIONAL e intenso entre Mães e Filhos, lembro-me SEMPRE de vocês as 3.

Obrigada por fazerem parte da minha Vida, do meu Caminho.





12 de março de 2013

Do papel higiénico.

Apraz-me transcrever...

«Alguém entra na sua vida, rouba seu tempo, destrói sua confiança, agride sua auto-estima, estilhaça o pouco que resta da sua esperança no amor. E sai ileso. Não adianta desperdiçar sofrimento por quem não merece. É como escrever poemas em papel higiénico e limpar o cú com os sentimentos mais nobres.» -- Cazuza.

Ao descobrir isto na net, encerro (mais) uma fase da minha vida e dou-me por satisfeita por constatar quão grande é a importância que um rolo de papel higiénico pode ter, para além do óbvio, naturalmente.

E agora vou comer coisita doce (tudo menos donuts, garantidamente)!

À mesa com todos.

Ainda ontem partilhava dois fados deste moço com a minha querida Amiga Flôr... O moço, por seu lado, giro de doer, diga-se en passant! Só assim naquela. E tal.

No EntreTanto, eis que hoje me deparo agradavelmente com isto: À mesa com todos.



11 de março de 2013

Agarra-me apenas.


«Quando chegares não fales! Agarra-me apenas, puxa-me para ti rapidamente para que eu possa sentir-te intensamente.»


10 de março de 2013

A alegria de uma chegada.

Das minhas coisas, da simplicidade que me esforço por colocar em tudo que vou fazendo na vida; Dos meus fins-de-semana, da minha paz, da tranquilidade da minha casa, do calor da minha cama e até da toalha que te deixo ficar na casa-de-banho. Dos folhados de queijo de cabra que preparei em menos de nada na ânsia de tanto te querer abraçar depois daquele toque de campanhia envergonhado. Da tua cara de menino, aquele pequenino que tanto queria proteger e amar para que pudesses sentir e acreditar que é possível. Daquilo que não te posso dizer (ainda), de tudo quanto partilhas comigo como se me conhecesses de todo o sempre. Das borboletas no estomâgo que te aguardam na certeza de que aquele abraço é sincero e aí sim podemos respirar calmamente. Do meu coração a bater com 100 mil cavalos, quase a saltar pela boca fora. Da minha face rosada como se de uma adolescente se tratasse, do nosso nervoso miudinho e da tua alegria por veres a mesa posta entre detalhes minimalistas repletos de carinho e de amor. Sim, dos requintes de amor. Do meu ensejo por provar o doce sabor de te amar calmamente, despidos de nós. Das nossas "férias", aquelas fugas que planeamos em surdina debaixo dos lençóis pretos que tu, tal como eu, tanto aprecias. Gosto do teu abraço e que me peças delicadamente para me deitar no teu ombro enquanto me acaricias as costas e afagas o cabelo. E eu permito que o faças sabendo que aquele momento é meu e que estou ali, inteira, a aproveitar tudo. Mereço-o. Gosto que sintas o sossego da minha casa e da minha higiene mental e que as disfrutes sem pressas, sem pensar nas horas perdidas que temos quando estamos juntos. Sem espaço nem tempo. Do meu sorriso timido mas orgulhoso por te ver no meu corpo, com tudo ali reflectido no espelho. Gosto que me escrevas "dorme bem" como quem diz "fiquei contigo". Gosto que me peças para beber da minha água e que me olhes profundamente nos olhos quando brindamos. Dos pedaços de sushi que me dás à boca, seguro de ti, sem pudores nem reservas. Gosto da forma como me tocas e me envolves, assim como do calor que emana dos nossos corpos unidos. Da tua pele, da tua energia e da tua forma simples de ser. Do teu esfregar os olhos enquanto falas de ti... Da tua presença ausente em mim e por aqui... De te dizer porque gosto tanto mas tanto de ti; Que te quero proteger e mostrar o Mundo através dos meus olhos. Gosto que gostes de me beijar a boca e até os dentes. Gosto que gostes de mim tal como sou e principalmente do meu sorriso. Gosto que gostes tanto "disto" que temos e que é tão nosso. Gosto das saudades que tenho tuas e de tudo que somos juntos. Gosto até que chegues 5m antes da hora marcada. 5m são preciosissimos, bem sei e são todos nossos, garanto-te. Gosto da dor que sinto no meu corpo por nos termos amado incondicionalmente até ficarmos saciados. Gosto que venhas, gosto que possas ser tu aqui comigo, na minha vida. Gosto de fazer parte da tua vida e da confiança que depositas em mim. Gosto que me peças para te fazer um cachecol de lã, falando a sério enquanto gozo contigo. Gosto que sejas fantástico, para mim és extraordinário. Dos riscos que corro por saber que me posso "desviar" do meu caminho pois contigo... Não tenho barreiras nem defesas. Deixo-me levar na certeza de que me esperas e me abraças como ninguém. E isto é um grande risco. O risco de me apaixonar perdidamente quando não tenho capacidades para sofrer no que toca às questões do amor... Mas tudo isto vale a pena em troca da alegria que sinto pela tua chegada. 

[Tu em mim e a falta que já me fazias - 19 de Julho de 2010.]




3 de março de 2013

Turbilhão.



Costa da Caparica, Agosto de 2008.

«Estou no meu quarto. Deitada na minha cama. A luz está acesa. Oiço música. Penso em ti mas não é em ti. É um tu abstracto porque a tua ausência é uma lesão incurável que se imaterializa com o tempo. Por fim adormeço. Quando acordo de manhã sinto-me feliz por ter conseguido dormir.» 
-- Ana Hatherly.