23 de janeiro de 2010

Parece que acabei de sair das tuas mãos.




Fotos da "nossa Pattys", devidamente editadas pour moi. Sintra, 22 de Agosto de 2009.


Olá Mãe, tudo fixe ou foste a Peniche? (uma das nossas piadas tontas...)
Tenho ideia de que ainda não te tinha contado que,
no passado dia 1 de Agosto de 2009, decidi pintar o cabelo de ruivo. Não te disse, pois não? Oh, já sabes como é que eu sou: se me deixassem até falava para as pedras da calçada e olha que, pelo meio, sou bem capaz de me ter esquecido. Mas estou gira, não estou?

De qualquer forma, sabes bem que eu era ruiva. Ruiva e de pele branquinha, branquinha. Que cena. O cabelo escureceu sem ter ficado preto como o teu, é certo. E agora pago para ficar ruiva, todo o santo mês. Antes isso, do que deixar os "aerius" na farmácia, certo? Tu entendes-me.

Posto isto, em jeito de introdução, venho apenas confirmar aquilo que ambas sabemos há muito. Seja lá como for, com mais ou menos tempo, existem coisas que não mudam de todo. Sim, a ti me confesso, como todas as outras vezes. Sim, continuo a demorar horrores de tempo para me arranjar.

Os meus banhos não conseguem ser tão rápidos como os teus, nunca... Jamais em tempo algum! Limpo-me até aos "confins". Coloco as lentes e digo fuck sempre que as mesmas me caiem. Uso creme no "rabinho" todos os dias, ora de aloe vera, ora o famoso bepanthene que alterno com halibut (aquele que tem cheiro de pasta de sardinha). Visto o robe turco, que tão bem sabes que amo de paixão, uma sensação sem igual. Dirijo-me à cozinha e tomo a passiflora, a equinácia, o chá verde e o mix de magnésio/ferro com um belo de um bom copo de água, aquela água que está no jarro de vidro com a tampa azul turquesa, da cor do meu vestido lá de cima, e que tem várias pedras lá dentro. Cada uma tem a sua missão/função e, conforme diz o Di, olhar para dentro do jarro e beber daquela água, deixa as pessoas tranquilas. Eh pá, é o Di. Aquele meu Afilhado fantástico que tanto amo, como se tivesse sido saído de mim. Aqueço o meu leite de arroz ou de aveia, que alterno semanalmente. Junto-lhe o café expresso, quando tenho tempo (coisa raraaaa...), ou o café de cevada em pacote. Venho a correr para o quarto para vestir aquilo que, supostamente, pensei de véspera. O problema que se põe é quando... Não estou para amar, como me costumavas dizer. Nesses dias (I hate Mondays, you know...), nada me vale. Sinto-me um "pote andante", ou "pindérica", ou as "badanas" saltam dos lados, ou as calças "fogem-me do rabo" e não gosto de usar cintos, ou as mamas querem saltar do soutiã, ou os boxer enrolaram-se, ou mudei de roupa 3005 vezes e tenho que descalçar os AllStar para mudar de meias... Também, pois claro. Bebo o leite "de rajada". Volto à WC, lavo os dentes e passo o escovilhão entre os mesmos e as gengivas, delicadamente. Despenteio-me. Ponho o creme anti-rougement na cara, que alterno com o suavigel, para pele sensível. Volto a olhar-me ao espelho e não... Não gosto do que vejo: o cabelo está "certinho" demais. Volto a despentear-me e passo um pouco de cera perfumada. Tenho manhãs tão tontas que mal consigo abrir estes olhos de goraz e, nessa altura, não resisto a passar lápis e rimel, tal como tu fazias... TODOS os dias porque dizias que tinhas os olhos pequeninos e com poucas pestanas. Lembras-te disto com certeza :-D

Volto ao quarto para apanhar o telemóvel, a bolsa da Gata do Demónio e a famosa "canecona" (adoro dizer "CANECONA", tal como BROCHE em vez de pregadeira) de leite com café já vazia. Trago tudo para a cozinha, umas coisas vão para a mala, de onde tiro automaticamente os óculos de Sol, independentemente de como estiver o tempo lá fora; A caneca segue directa para o lava-louça pois não perco tempo a lavar seja o que for de manhã, é que nem em sonhos! Olha, olha. Trabalhos me dessem. Tiro o "marmito" e a fruta do frio e lá vai tudo "de enfiada" para um raio de um saco de pano preto que tem escrito Selva em letras verdes, e que faço questão de esconder. Os talheres já lá estão, junto umas quantas garrafas de água, uma ou outra "barrita" de cereais e, às vezes, levo chá de cavalinha ou de perpétuas roxas. O primeiro é diurético e o segundo é bom para tosse, dores de garganta e também me parece que é um anti-oxidante excelente. Se olhares bem lá para dentro dessa "sacola", que muito me admira que ainda não se tenha "espipado", pode ser que encontres também recortes de jornais soltos, a factura da garagem do mês passado, pensos higiénicos, uma pasta com meia dúzia de papelada que ando para ler há meses, um saco com um creme para dores musculares e... Sei lá eu mais o quê.

Volto ao corredor, escolho um anel com cuidado e por vezes junto-lhe 7 escravas de prata no pulso. Alcanço o Egoiste da Channel e borrifo-me no pescoço, à frente e na nuca, pois claro. Uso muitos lenços, cachecóis e encharpes é só escolher, depois venho vestir um casaco mas... Nem sempre me lembro onde o(s) coloquei. Se na varanda a apanhar ar, se no roupeiro do corredor ou se terá(ãm) ficado esquecido (s) numa das cadeiras da sala.

Meto a "sacola" ao ombro, a mala na mão esquerda, guardo as chaves de casa, coloco os óculos de sol e as chaves do meu Pópó Maravilha na mão direita. Saio para rua e depois... É quase sempre tudo igual: ora vou reciclar, ora vou comprar Bábás para a Sweety, ora me arrasto para o carro, onde jogo tudo assim para o banco de trás. Saco a carteira com os cartões da garagem e do "pica-ponto", 1€ para o "i" e o telemóvel, aquele que é uma extensão de mim.

Ligo o carro, fecho as portas, programo o ar quentinho para os pés, acendo o rádio. Porra, que chatice! Anúncios parvos de novo. Relax, sem stress. Rua da Saudade, The Legendary Tiger Man, Madredeus ou Burial (o que ando a ouvir por agora, tipo até me cansarem) com eles e muita garganta afinada. Sim, porque também dou uma ajuda nas cantorias e, o que vale é que... Ninguém nos ouve! Mas e... Será que alguém me vê dançar? Ai, ai. Que figurinha! Avanço uns quantos metros, encosto o carro, meto os 4 "piscas", fecho o carro e caminho apressadamente para o outro lado da rua, onde fica o quiosque. Vale-me logo aquele bom dia: «-Olá, minha Linda!», daquela senhora que nem sei o nome mas que me cumprimenta assim pela fresca. E se eu vou de boina na cabeça uiiii... Passo de minha linda a Capuchinho (conforme a cor também existem outros comentários), que Querida, tão Fofa e às vezes até sou "Mimóquinhas". Agradeço-lhe baixinho ora com vergonha, ora com pouquíssima vontade de falar assim com alguém, tão cedo, quando ainda vou a dormir. Mas pronto, dou-lhe o euro e recebo o jornal. Digo-lhe obrigada e até amanhã. Atravesso a estrada e pronto. Bem sei que dou nas vistas. É este cabelo e as "farpelas" pois, segundo me disse a RedHead, sou "pseudo-freak", sejá lá isto o que for (entretanto, não bebe mais cerveja preta hoje...). Entro no carro rapidamente e... O Pólo conduz-me até à Selva.(*)

Bom, não restam dúvidas Mãe. É todos os dias o mesmo cenário: parece que acabei de sair das tuas mãos, de tão "aprumadinha" e cuidada que me apresento... Tal como dizia a minha querida AMIGA Maria do Carmo que, por sua vez, teve a ideia peregrina de se suicidar em Setembro de 2002, no auge dos seus 40 e poucos anos.

Ah, é verdade, já agora...


PARABÉNS! Ontem foi Dia De Festa!


E não é que o vivi intensamente, ao meu jeito, tal como me ensinaste? Vi o MAR, senti-o e cheirei-o. Ouvi a chuva, o vento e a melodia das ondas... Estive com a Gy e avistei o J. de mochila às costas, tal e qual um puto grande, enquanto arrumava a "tralha" na monovolume. Yes, that's true. O dia foi muito tranquilo. Mas... As celebrações vão continuar. I hope so.

Vá lá... Agora tu, repete comigo:
I LOVE YOU, JE T'AIME, ICH LIEBE DICH, AMO-TE
...

Sim, sim, nada de vergonhas. É só entre NÓS, é óbvio que ninguém nos quer ouvir a dizer estas "baboseiras"!

(Private, very private joke LOL)


(*) Um destes dias conto-te como é ao fim-de-semana. Ok, noutra altura, não te quero cansar com tanta informação oriunda deste Wild World!

Yours 4 Ever,
*Xiquinha
*

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