"(...) um dia, quando a
ternura for a única regra da manhã, acordarei entre os teus braços. A tua
pele será talvez demasiado bela. E a luz compreenderá a impossível
compreensão do amor. Um dia, quando a chuva secar na memória, quando o inverno
for tão distante, quando o frio responder devagar com a voz arrastada de um
velho, estarei contigo e cantarão pássaros no parapeito da nossa janela. Sim,
cantarão pássaros, haverá flores, mas nada disso será culpa minha, porque eu
acordarei nos teus braços e não direi nem uma palavra, nem o principio de uma
palavra, para não estragar a perfeição da felicidade."
José Luís Peixoto
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E que assim seja. Na certeza de que assim será.
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