«Comecei
a escrever numa noite de Primavera, uma incrível noite de vento leste e
Junho. Nela o fervor do universo transbordava e eu não podia reter,
cercar, conter – nem podia desfazer-me em noite, fundir-me na noite. No
gume da perfeição, no imenso halo de luz azul e transparente, no rouco
da treva, na quase palavra de murmúrio da brisa entre as folhas, no íman
da lua, no insondável perfume das rosas, havia algo de pungente, algo
de alarme. Como sempre a noite de vento leste misturava êxtase e
pânico…»
Sophia de Mello Breyner Andresen,
6 de Novembro de 1919 - 2 de Julho de 2004.
6 de Novembro de 1919 - 2 de Julho de 2004.
Sem comentários:
Enviar um comentário