13 de fevereiro de 2010

Upgraded on 2010-03-02 - Sexual Healing.















Algures em Janeiro de 2007...

Conseguimos localizar os processos que pretendíamos e que ambos necessitávamos. No fim, cheios de pó mas nada cansados, beijámo-nos como se não houvesse amanhã, sôfregos de vontade, apetite e um querer voraz. Famintos de nós próprios, com saudades do tempo que passou desde aquele breve instante em que os nossos olhos se cruzaram de fugida, no inicio de 2001... Com saudades daquele amor platónico que soubemos cultivar e alimentar entre almoços, cafés e pastéis de nata, abraços longos, mimos, recados nos pára brisas, até que se pudesse consumar bem mais tarde, num hotel na Ericeira, ao som das ondas do mar... Com sabor a calor, a cheiro de areia e de sol. O mesmo sol que insistia em entrar no quarto, esgueirando-se por entre os cortinados que esvoaçavam tranquilamente. Saudades daquele fim de tarde a comer travesseiros bem quentes e a beber café na Piriquita pois, apesar de nos termos alimentado bem, havia que repor energias, nem que fosse para que nos pudéssemos continuar a olhar pausadamente, entre sorrisos tímidos e outros tantos pensamentos e devaneios mais loucos.

Ainda "arde cá dentro" quando me recordo daquela manhã do dia da cremação da minha Mãe, em que te vejo aproximar timidamente, com o casaco na mão e todo atrapalhado... Bem sei que tens ainda menos jeito do que eu para estas coisas. Mas, agarraste-me com força, eu pus-me em bicos de pés para fazer de conta que conseguia chegar até aí cima quando, na prática, bastou-me sentir o teu calor, o apertar do teu corpo contra o meu para perceber que nada, mas nada poderia cortar aquele breve momento em que só nós sabíamos o que nos ía na alma. Depois, semanas mais tarde, num Sábado à noite, mandei-te uma SMS e perguntei tão somente: Encontramo-nos amanhã de manhã cedo, no parque de estacionamento do F.N.? E lá estavas tu à minha espera.

Claro, tudo voltou. Primeiro, somente às Quintas. Com direito a fazer amor no meio do edredão e dos lençóis espalhados pela sala, ao som de Ben Harper e de Dave Mathews Band que invadiam tranquilamente o "nosso espaço", as velas e o incenso, os banhos em separado (que mais tarde acabaste por me conseguir convencer do contrário... que raio de mania essa de gostares de tomar banho comigo!), os jantares de pizza e risos, bons e muitos risos! Depois, esta vontade foi crescendo e, às páginas tantas, as Quintas já não nos chegavam, deixámos de nos amar na sala e rumávamos para o quarto aos outros dias da semana também.

Mais tarde, deu-me "a panca" de novo e "pus-te ao fresco"... Tal como dizes, não conheces ninguém tão determinado quanto eu, depois de tomada uma decisão. E assim foi, até àquele dia, algures em Janeiro de 2007. A coisa deu-se e fortaleceu-se como jamais acontecera, recordo-me também que me disseste qualquer coisa como: «-(...) mas porque é que nunca (...)? Porque é que não (...)?». Era uma tarde chuvosa e eu estava a caminho do Yoga nas Picoas. Fiquei surpresa e bastante assustada; Não sei se queria que tal acontecesse (@..@). Mas nós continuámos a crescer para nós próprios, para dentro do nosso pequeno Mundo onde, aparentemente, só habitávamos nós.

Depois, decido fazer o luto de um amor antigo (não, não eras tu, até porque nunca te amei, acho eu, sei lá!) e "fecho-te a porta" de novo, para não me iludir mais. Sou do caraças, não sou? Eh pá, são cenas minhas. Mas olha que te tens aguentado muito bem. Ou eu sou mesmo boa de cama ou então, meu caro, não consegues mesmo viver sem mim! Será que já pensaste nisto vezes sem conta? Sim? Não? Pois, talvez não.

Feito o luto devido, apaixono-me pela pessoa errada de seguida e não fui amada à altura. Aliás, não fui amada, ponto final. Pelo meio, "embrulho-me" contigo e pouco a pouco... Ajudamo-nos mutuamente. (...) Queremo-nos sempre desenfreadamente.

Não sei que raio de coisa é esta. Aliás, nunca tentei sequer arrumar-te numa das minhas gavetas mentais pois, na realidade, não sei que faço contigo. A sério, esta é a mais pura verdade.

No entanto, ainda ontem senti aquele nosso frenesim mal me apareceste à porta e eu corri para o teu abraço como se nos fossemos perder a qualquer momento quando, na prática... Nunca nos tivemos!

A Gente Vai Continuar do Jorge Palma ficava aqui muito bem, em jeito de conclusão deste post mas o Ben tem prioridade, na medida em que tem sido testemunha deste nosso "encontro peculiar"...

Mas entretanto, enquanto duramos... Sejamos pois uma espécie de sexual healing for both of us. And that's enough for now, don't you think?






P.S. - (...) mas, em contrapartida, acho que os teus pés são muito catitas. Para não falar dessa boca carnuda e desse teu sorriso de quem sabe exactamente o que é que uma mulher quer.

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