2005-10-27. Há cinco anos atrás, o relógio indicava, mais coisa menos coisa, 07:30.
Ouvi-te chamar pelo nome do Pai, uma e outra vez só que a água do duche camuflou a tua voz. Mas eu ouvi-te.
Saltei da cama; Ainda hoje não sei como não me "parti" toda. Ainda hoje não sei como me pareceu tão longo e distante o caminho entre aqueles dois quartos.
Sentias-te mal. Sentias-te muito mal. Doía-te o pescoço. Doía-te muito. Pediste-me que o massajasse. Assim fiz, mal sem saber muito bem o que fazia. Mas fiz. Como poderia eu recusar-me a tal pedido teu? Não, não podia recusar. Não te massajei; Limitei-me, apenas, a simular uma espécie de massagem, em jeito de quem tudo faria para transportar para si a tua dor. Bem sei, foi em vão.
(...)
Quando me voltei a deitar ao fim de um dia inteiro de medo e terror, de dúvida e solidão, tentei fechar os olhos fazendo de conta que ía conseguir dormir qualquer coisa. Mas não, não dormi. E foi logo ali, naquele instante em que te vi, 26 dias depois, já só corpo e matéria, num momento de dor para todos aqueles que te queriam bem, assim como para tantos outros que lá foram só por mim e/ou só pelo Pai.
Hoje, cinco anos depois, nos dias que têm corrido quase sem sabor...
Concluo que só posso ter merecido tudo porque passei. E não! Não sei se aceito; Não sei se fizeste bem deixar-me assim. Mas fizeste e eu fiquei sem ti, sem nada de nada, sem norte e sem chão, desventrada e desprovida de tudo e, ao mesmo tempo, de nada. Mas a verdade, nua e crua, é que fiquei sem mim.
Saltei da cama; Ainda hoje não sei como não me "parti" toda. Ainda hoje não sei como me pareceu tão longo e distante o caminho entre aqueles dois quartos.
Sentias-te mal. Sentias-te muito mal. Doía-te o pescoço. Doía-te muito. Pediste-me que o massajasse. Assim fiz, mal sem saber muito bem o que fazia. Mas fiz. Como poderia eu recusar-me a tal pedido teu? Não, não podia recusar. Não te massajei; Limitei-me, apenas, a simular uma espécie de massagem, em jeito de quem tudo faria para transportar para si a tua dor. Bem sei, foi em vão.
(...)
Quando me voltei a deitar ao fim de um dia inteiro de medo e terror, de dúvida e solidão, tentei fechar os olhos fazendo de conta que ía conseguir dormir qualquer coisa. Mas não, não dormi. E foi logo ali, naquele instante em que te vi, 26 dias depois, já só corpo e matéria, num momento de dor para todos aqueles que te queriam bem, assim como para tantos outros que lá foram só por mim e/ou só pelo Pai.
Hoje, cinco anos depois, nos dias que têm corrido quase sem sabor...
Concluo que só posso ter merecido tudo porque passei. E não! Não sei se aceito; Não sei se fizeste bem deixar-me assim. Mas fizeste e eu fiquei sem ti, sem nada de nada, sem norte e sem chão, desventrada e desprovida de tudo e, ao mesmo tempo, de nada. Mas a verdade, nua e crua, é que fiquei sem mim.
1 comentário:
5 anos depois, eu acho que me orientaram para me cruzar contigo... e tenho quase a certeza que sei quem foi :-)
não assumo papel nenhum... nem tenho essa pretensão!
Mas gosto de ti daqui <3
cá bem do fundo, das entranhas!
Como digo, fazes parte...
e farás, para todo o sempre... e sempre que nos reencontrar-mos... aqui, ou noutra galáxia qualquer...
nos entretantos e entre tantos, aqui e agora, nós... e este Baby Sweet Boy, que é LUZ em nós...
kisses and sun...
Me + 1
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