27 de dezembro de 2009

Vale a pena Madrugar assim.


Capa do CD Rua da Saudade, Canções de Ary dos Santos.


Antes, muito antes dessa azáfama louca das luzes e das compras deste natal de 2009, descobri esta preciosidade e, como não fico à espera da quadra fabulosa para receber presentes, eis que me presenteei, tal como faço sempre que me apetece. E, felizmente, nem sempre preciso de aguardar pelo dia de S. 23.

Para mim, o José Carlos Ary dos Santos leva-me sempre à Simone de Oliveira, essa Enorme Senhora que eu tanto adorava conhecer. E acredito piamente que ela também adoraria conhecer-me.

No entanto, é certo que todos os outros cantores que tiveram o privilégio de proferir palavras dele, através do canto, acabaram também por ficar na minha memória, no meu Baú de Recordações. Adoro música e não sou nada elitista. Ouço de tudo um pouco e não gosto de piratarias. Nada se compara a ter algum poder de compra para adquirir originais. Bom, mas não foi sobre esta temática que vim aqui hoje escrever.

Do que eu não gosto nada é de madrugar. Nada, "nickles", "rien de rien", "népias"... Bom, mas chega a Félix, entra-se-me pelo quarto "adentro" (e pelo ouvido também) e dou por mim a querer...

Madrugar assim.

E, quem sabe, descobrir esse amor que nunca vi, do qual conheço a luz através de um olhar aceso na noite e de braços abertos a todos que "morrem devagar". Pode até tratar-se de um amor inventado, que um dia o teu corpo pode acender, com uma fogueira de sol e de fúria que me poderá ver nascer. Nessa altura, irei beber em ti o vinho que em tempos pisei e "arrumar" de vez o fel do que já sofri.

Será, provavelmente, através desse amor que vou conseguir descobrir rosas, alargar cidades e construir ainda mais poetas mas, na estrada que tenho feito, ainda não o encontrei. O lucro tem sido pouco mas tenho querido tudo o que já tive.

... Tem valido a pena madrugar assim.




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