14 de dezembro de 2009

Gomos de Saudade.




Cavalo à Solta

(José Carlos Ary dos Santos)


Minha laranja amarga e doce

Meu poema feito de gomos de saudade

Minha pena pesada e leve


Secreta e pura


Minha passagem para o breve


Breve instante da loucura

Minha ousadia, meu galope, minha rédia,

Meu potro doido, minha chama,


Minha réstia de luz intensa, de voz aberta


Minha denúncia do que pensa


Do que sente a gente certa


Em ti respiro, em ti eu provo


Por ti consigo esta força que de novo

Em ti persigo, em ti percorro

Cavalo à solta pela margem do teu corpo


Minha alegria, minha amargura,


Minha coragem de correr contra a ternura


Minha laranja amarga e doce


Minha espada, meu poema feito de dois gumes


Tudo ou nada


Por ti renego, por ti aceito

Este corcel que não sossego


À desfilada no meu peito


Por isso digo canção castigo


Amêndoa, travo, corpo, alma


Amante
, amigo


Por isso canto, por isso digo


Alpendre, casa, cama, arca do meu trigo


Minha alegria, minha amargura


Minha coragem de correr contra a ternura

Minha ousadia, minha aventura

Minha coragem de correr contra a ternura...

~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-

Provei. Senti. Corri. Ousei. Chorei. Doeu. Respirei. VIVI.

Mas... E o que é que se faz com os Gomos de Saudade?...





Sem comentários: