25 de dezembro de 2009

O Natal de Fernando Pessoa.


Natal


Nasce um Deus. Outros morrem. A Verdade

Nem veio nem se foi: o Erro mudou.

Temos agora uma outra Eternidade,

E era sempre melhor o que passou.

Cega, a Ciência a inútil gleba lavra.

Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.

Um novo Deus é só uma palavra.

Não procures nem creias: tudo é oculto.


Contemporânea, nr.º 6, Dez. 1922.


Fernando Pessoa - Poemas Ocultistas

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