O S. Martinho sempre foi uma data importante para mim. Nunca foi pelo vinho (agora também é) mas sim pelas castanhas. Mas não só.
Na minha casa, fosse dia de semana ou ao fim-de-semana, era sempre dia de jantar de forno. Havia (mais) alegria, falávamos e e riamos alto, comíamos ainda melhor e no fim... Ei-las, as belas castanhas! Cozidas, fritas e assadas misturadas com o carinho único da minha Mãe que, não lhe bastando ter-nos feito o jantar, fazia imensa questão de as ir descascando. Realmente, só mesmo um ser humano como ela para o fazer. Mas eu aprendi a lição e também o faço. Isso e separar bago a bago de uva para servir à mesa (ou dar na boquinha de alguém mais especial).
A minha Mãe costumava dizer que com tanta castanha que eu comia (fora o chá ou água que ingeria), qualquer dia fazia madeira na barriga. E esta não era, de todo, uma visão agradável. Porém, e quando passei a beber vinho, a questão deixou de se pôr. Vinho é vinho. Tinto, sempre.
Aos 39 anos descobri que o meu alimento preferido - a bela da castanha, pois então - faz-me mal (muito mesmo). Chamam-lhe intolerância alimentar mas eu prefiro pensar que é só mais uma modernice. Mas nã, nã, nã... Hoje é Dia de S. Martinho!
Até as ter todas cá dentro (as que conseguir aguentar!), a incharem-me a barriga como só elas e a demorarem uma eternidade para serem "processadas" pelo organismo, vou ver se medito e abro a mente e o coração para as "receber". E vou perdoar-me (tenho que começar o quanto antes!). Tenho a certeza que serei feliz que é, como quem diz, as belas castanhas vão-me saber pela vida!
E eu sou pela paz, pelo amor e por aproveitar tudo de bom e maravilhoso que a vida nos dá. E hoje, só por hoje, vou comer castanhas e estarei (ainda) mais feliz.
Abra-se a garrafa de vinho!
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