23 de novembro de 2009

Buraco Infinito.



Chama Imensa. Nuremberga, Alemanha. Junho de 2009.




Tenho para mim que...


Me deixei cair no buraco infinito da minha própria teimosia. É verdade, não posso negar e nem vou fugir. Quis muito ser amada por ti. Porquê? Ainda nem sei bem o porquê de tal querer. Eu sei, eu sei. Este querer pode ser "violento", para mim e para os outros. No teu caso, bem sei que não foi. Aliás, parece-me que nem um disparate foi. Sabes lá tu o que é amar, bem querer e querer bem...


Não me deixaste que te considerasse uma "boa aposta". No entanto, soubeste invadir o meu frágil coração assim desta forma... De tal forma que sonhei. Sim, sonhei bem alto de coração aberto e sorriso no peito. Peito este ao qual devolveste a sensibilidade, o arrepio e a tesão, simplesmente e tão somente, através de breves toques... Esses toques singelos meio que "atabalhoados" mas que geravam, e desencadeavam, uma sucessão de sensações únicas, numa explosão entre dois corpos pequenos mas ágeis, que sabem bem o que querem e para onde vão mas não sabendo, naturalmente, até onde vão. Durasse lá o que durasse, pelo tempo que fosse preciso.


Sim, eu sonhei. Tive um sonho de bem querer e de querer bem mas tu... Tu roubaste-mo e, por outro lado, conseguiste ainda a proeza de abrir uma chaga gigante dentro deste meu peito que tantas vezes acariciaste, umas vezes determinada, outras tantas "atabalhoada" e outras ainda sem saberes nada de nada de mim, do meu corpo. Também por isto é que esta dor profunda insiste em me atormentar (raios...) no mais ínfimo de mim mesma. Depois, é fácil perceber o resto. O desânimo e as dores da alma desejam ardentemente caminhar silenciosas e de mãos dadas.


Estou assim como que nesta fase de... Aprendizagem. Afinal, não lhes podemos dar muito importância senão... Este buraco infinito levar-me-à certamente ao... Caos. Saberás, por exemplo, o que me separa actualmente desse Caos? Não, eu sei que não. (Desculpa, insistir em fazer-te estas perguntas.) Mas eu faço questão de te dizer. Um sopro. Uma brisa e... Pouco mais.


Este buraco é meio estranho, confesso. Ainda assim, tenho pensado cada vez menos em ti e até as coisas mais insignificantes mas que me faziam lembrar de ti... Até essas se vão dissipando e eu quero muito deixa-las ir, como se de um barco sem remos e sem farol se tratasse.


Mas hoje, aqui e agora eu quis muito beber chá. E assim fiz. Fervi a água que docemente juntei às perpétuas roxas, na vã expectativa de acalmar este aperto na garganta. Depois, delicadamente também alcancei a chávena preta da Ritual's. E aqui estou, no meu lado do sofá, a beber chá de perpétuas roxas numa chávena preta. O comando da TV também está aqui, o botão do silêncio no mínimo. E, mais uma vez, escrevo. Não para ti mas para mim. Quem sabe assim conseguirei alcançar alguma paz e... Começar a erguer lentamente braços e pernas, tentando a todo custo enxergar alguma luz neste buraco.



Terei perdido o coração e também... A cabeça?... Não, não. Não pode ser! Eu sou mesmo um... "Ex-Factor".







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