Foto de C.M. Crato, 29 de Agosto de 2008.
Confesso que não me atrai nada ter ídolos. Porém, parece-me impossível não reconhecer o génio de um artista-cantor-compositor-dançarino como foi/é o Michael Jackson. Semprei adorei musica e também sonhei muito (sonhei, e cresci a sonhar, com o desejo de ser cantora... é verdade).
Para além de o cantarmos, habituámo-nos a ver o Michael em tudo o que era TV, a ganhar prémios aqui e ali, a dançar como ninguém e... Afinal, quais são os trintões que não se lembram dos tão famosos anos 80?
Parece-me que crescemos todos a aprender a admirar o seu trabalho, regado por um rigor e um perfeccionismo desmesurado, como que desejasse trazer o Céu à Terra através da melodia e, por vezes, não sabiamos sequer se era ele a cantar uma música ou esta a cantá-lo a ele...
O Michael, que sempre tentou polir o génio dentro de si, talvez quem sabe para que pudesse imortalizar a sua própria obra, era dotado de uma grande inspiração e sensibilidade, caracteristicas estas que permitiram alcançar tantas almas e tantos corações. Foi assim que revelou valores de verdade, justiça e solidariedade.
Quero acreditar que o seu carisma e talento abriu portas e janelas sem fim, contribuindo assim, de certa forma, para manifestar o sonho de igualdade através da linguagem da música. Assim se uniram raças, etnias, religiões... Assim se pode unir tempo e espaço e, quem sabe mesmo, unir corações. É com tamanha intensidade que sinto que o Michael Jackson conseguiu trazer-nos esta magia, este acreditar à escala planetária.
Porém, este Ser estranho tanto tinha de belo como de "assombroso". Todos sabemos da sua “fixação” por crianças e da sua mania de ser um Peter Pan – um menino que não quer crescer e que construiu um rancho-paraíso repleto de animais e de diversões, ao qual chamou A Terra do Nunca.
Também foi este mesmo Michael que jamais se aceitou a si mesmo e que, quase sem querer, consigo imaginar o tormento a que isso deve ter correspondido e quantos foram os estragos da sua Alma.
Eu por mim falo... Sei bem o quão difícil é aceitarmo-nos integral e profundamente e, também por isso, tenho necessidade de sentir alguma compreensão por este homem. É sempre complicado reconhecer, aceitar trabalhar e caminhar no sentido de um dia abraçarmos e integrarmos a nossa própria sombra. Seremos dignos de compaixão? Não sei.
É bem provável que o Michael Jackson tenha nascido para se doar ao Mundo usando, para tal, o seu talento e a sua criatividade. Eu sinto-me, de certa forma, agradecida pelo seu contributo para fazer sonhar o Mundo através da sua música, num tentativa vã de tornar o sonho em realidade.
E hoje, aqui nesta Paragem, quero deixar-vos com uma música deste Artista, sobre o qual me apeteceu escrever agora... “Man in the Mirror” para que, todos aqueles que possuem o ensejo de mudar o mundo (ou contribuir para tal!), não esqueçam que primeiro devemos mudar a pessoa que vemos sempre que... Nos olhamos ao espelho.
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