5 de setembro de 2012

Entendimentos e outros que tais.

O JOGO | Nuno Júdice

"Eu, sabendo que te amo,
E como as coisas de amor são difíceis,
Preparo em silêncio a mesa
do jogo, estendo as peças
sobre o tabuleiro, disponho os lugares
necessários para que tudo
comece: as cadeiras
uma em frente da outra, embora saiba
que as mãos não se podem tocar,
e que para além das dificuldades,
hesitações, recuos
ou avanços possíveis, só os olhos
transportam, talvez, uma hipótese
de entendimento. É então que chegas,
e como se um vento do norte
entrasse por uma janela aberta,
o jogo inteiro voa pelos ares,
o frio enche-te os olhos de lágrimas,
e empurras-me para dentro, onde
o fogo consome o que resta
do nosso quebra-cabeças."
 
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Apesar de tão bem saber que «(...) as coisas de amor são difíceis (...)», tenho-te em mim.

Neste "jogo" de entendimentos, fazes-me acreditar que aquele pedacinho de Céu está, afinal, aqui tão perto. E nós, capazes que estamos para dar as mãos, Lá chegaremos num ápice, percorrendo o (teu) Caminho da paz e o (meu) Caminho da alegria.
 
I need you to elevate me here
At the corner of your lips
As the orbit of your hips
Eclipse, you elevate my soul
 


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