30 de março de 2009

The Reader.


"Hollywoodices".
Não escondo o meu profundo descontentamento sobre quase tudo que nos chega da América. Daqui vem do pior a... Coisinhas melhores. Os americanos têm essa capacidade de fazer nascer o mau e o bom. Já disse várias vezes, e volto a afirmar, que não tenho vontade nenhuma de ver o filme vencedor do Óscar em 2008, Slumdog Millionaire (http://en.wikipedia.org/wiki/Slumdog_Millionaire). Não duvido que possua atributos e argumento capazes para ter merecido ganhar tal prémio. Já li até que a banda sonora vale por tudo o resto, o que me deixa (apenas) tentada a comprar o CD, como apreciadora de todo o tipo de música que sou. Mas valha-nos Deus! Continuam eles a querer "bater no ceguinho", contando histórinhas de embalar... Mas embalar quem, digam-me? São temas batidos, gastos. Perde-se o romance e a beleza de singelas histórias de amor no meio de tanta pobreza. E, no fundo, para quê? O coitadinho do menino que sonha ganhar dinheiro fácil, concorrendo a um concurso apenas para prender a atenção da sua amada... Não há "pachorra". E, como quem manda aqui sou eu, ficam já a saber que, se eu mandasse por lá, as "hollywoodices" seriam outras.

Fui ver o The Reader (http://en.wikipedia.org/wiki/The_Reader_(film) no domingo, ao final do dia. Ainda estou a pensar no filme, na sua história. No tanto que fica por ali, perdido no ar, em qualquer sala de cinema. Trata-se de um filme inquietante, onde o Amor é retratado de formas distintas mas que se consegue sentir. Respira-se um Amor e um Romance que podem acontecer a qualquer momento, a qualquer pessoa, mesmo com aqueles que, por motivos vários, participaram em acontecimentos atrozes que marcaram a Humanidade, como foi a Segunda Guerra Mundial onde ocorreu, por exemplo, a evacuação do campo de Auschwitz.

Estive sempre muito atenta a tudo mas voltarei, com certeza, a uma sala de cinema para ver de novo este filme. Mudei de posição na cadeira vezes e vezes sem conta. Quase sem saber, fui transportada para Berlim. Berlim dos anos 50, 60, 70 e, finalmente até ao ano de 1995... Recordei obras literárias como a Odisséia, de Homero, A Dama do Cachorrinho, de Anton Checkhov e Huckleberry Finn... Enquanto Nico Muhly nos embala suavemente com a sua música (http://www.youtube.com/watch?v=Rdc2BYdVhTg).

Polémico ou não, simples ou complexo, inquietante ou não... Acreditem, vale a pena ver este filme, baseado no romance Der Vorleser de 1995, escrito pelo alemão Bernhard Schlink.

P.S. Curiosamente, acabei por descobrir também que Nico Muhly participou recentemente no trabalho The Crying Light (http://en.wikipedia.org/wiki/The_Crying_Light) do Antony and The Johnsons, com quem estarei no Coliseu de Lisboa em Maio ;-)

28 de março de 2009

Vamos ver quem é que aguenta... O Silêncio.

Foto de Paula Santos. Lisboa, Outubro de 2008

A semana avançou rapidamente. As noites foram curtas. O sono cada vez menos. Vale-nos o facto de a dor de garganta e a rouquidão terem atenuado. Andamos ansiosos, talvez. Tudo acontece num "piscar de olhos". É complicado gerir tudo, e tão pouco, assim. Mas continuamos a tentar, a tentar. Chegaremos lá?

A cama parece imensa. Todas as noites fechamos os estores até ao fim na esperança de que, quem sabe, possas aparecer... Surgir do nada, talvez do meio deste Silêncio que "desceu" em nós. Sabemos bem que preferes dormir assim, completamente no escuro. Mas, mesmo no escuro, enxergávamos-te. Nem sempre precisamos de olhar com os olhos. Poderíamos tocar-te, apenas. Poderíamos até... Nem te tocar.

As memórias continuam cá. Estão em quase todo o lado. O sofá e o comando da TV ainda te esperam. A mesa da sala continua posta, sempre com dois lugares a mais. Um dos que está a mais pertence-te. É aquele que fica do nosso lado direito. Mas já não existem manchas de vinho nem de chá desse lado. Não avistamos sequer "bezins" nem pedaços de cinza de cigarro. Não existem canetas nem papéis espalhados na mesa, antes do jantar. As taças do chá também estão ali, junto dos copos altos. O Silêncio está por aí e vive por aqui também. Por vezes, a Solidão insiste em querer "aparecer". É duro resistir-lhe, "fazer-lhe frente" com veemência e determinação. Ainda hoje é assim.

Na quinta-feira jantámos com Amigos e Gatos. Foi noite de teatro. Revivemos Happy Hour (http://teatrotrindade.inatel.pt/happyhour.html). Foi outro Momento. Ficámos serenamente sentados e cruzámos as pernas por instantes. Assistimos à peça ali, com tudo a acontecer bem à nossa frente, tal como da primeira vez. Facilmente nos vimos naqueles dois seres que amam desesperadamente mas que não conseguem fazer valer aquele sentimento maior... O Amor. Porque o Silêncio e o Medo de Amar e de se Ser venceram.

Foi quase tudo igual. As lágrimas queriam saltar. Podíamos "vestir" qualquer uma daquelas personagens. As emoções fluíam... Colocámos a cara junto dos braços tensos, ali dobrados em cima daquela mesa. Somos assim. Ficámos a pensar naquele "tudo" que acontecia ali. Sentimos de novo aquela certeza. Certeza(s) de quem consegue ter a capacidade de amar tranquilamente. Ambicionamos isso... Tranquilidade versus Liberdade.

Sentimos tudo, quase tudo, como da primeira vez. Porém, faltavas tu. Ninguém se movia. Ninguém falava. Sentíamos um nó na garganta. Faltou-nos aquela mão pequena, macia mas tão segura. A tua mão! Uma mão que não consegue chegar até nós. Tentámos aguentar o Silêncio… Mais uma vez.

Silêncio! Silêncio! Quem é que aguenta? Beijamos-te ou não?

Silêncio! Silêncio! Quem é que aguenta? Beijamos-te ou não?

Beija-nos… Ainda que seja... Em Silêncio.

Debussy, Clair de Lune



25 de março de 2009

A Certeza da Eterna Presença.

Foto de Paula Santos, Cascais, 2007

Olá Mãe... Escrevo-te para que saibas que te sinto sempre maneiras diferentes...

Há dias assim.

Acordei "azamboada" na segunda-feira. Ainda te lembras que como sou um verdadeiro "terror" às segundas-feiras?! Bolas, mexi-me e remexi-me na cama. Dei voltas e mais voltas. Pensei que nem sequer a luz do dia queria ver, quanto mais pensar em sentir o calor do Sol. Alguém me escreveu: <<-Não deixes que a tua Chama se apague...>>. Levantei-me de imediato. Em menos tempo do que é normal saí para rua decidida a fazer do meu dia um dia melhor. Se o pudesse partilhar, excelente! "Perdi-me" várias vezes em pensamentos e ideias mas "voltei" sempre... A mim.

Pensei no "desamor". Pensei na Pessoa Amada muitas vezes, com ternura e saudade. Saudade daquela que nos liberta. Sabes, Pessoa Amada, desejei abraçar-te. Abraçar-te apenas para, quem sabe, acalmar esta dor no meu peito... Quem sabe para apaziguar este âmago. Para me sentir melhor. Comigo. Cá dentro. Gosto de ti, naturalmente. Tu sabes que sim. Dói-me, é certo. Não te nego. E isto tu também sabes. O que talvez não saibas é que gostar de ti me faz também sentir VIVA. Consciente de MIM.

Assim do nada, de repente, lembrei-me da minha Mãe. E, tal como já me acontecera antes, segui o instinto e, no instante a seguir, estava a fazer a coisa certa, no momento certo. A tal questão da Serendipity. Ainda te recordas do que te escrevi na porta do frigorífico?... Pois é, Cor Colorida. Aquele era o Momento. E lá fui eu abraçar-te, naturalmente. Tão naturalmente quanto o gostar de Ti. Tão naturalmente como a minha forma de aceitar tudo o que a Vida me traz e me tira. Tão naturalmente como te querer bem.

Apertei-te doucement... Sentiste? Balouçámos suavemente. Perguntei-te baixinho:<<- Estás bem?>>. Sussurrei para dentro de mim: <<-Que saudades tinha eu de te ter nos meus braços... Que vontade de te proteger... Que saudades de te sentir no meu colo...>>. Mexi-te no nariz. Manias. Apeteceu-me ainda mais beijar-te ali, logo ali. Não beijar de beijar. Beijar de sentir. Entendes-me? Não, provavelmente não.

Mas não precisei de o fazer. Porquê? Questionas-te agora: <<-Porque será que ela não precisou de me beijar???>>... Respondo-te eu: está gravado cá dentro como é beijar-te, como é ter o calor da tua boca, como é sentir a textura dos teus lábios, como é contemplar esses dentes perfeitos que tantas vezes me morderam o pescoço... Sei exactamente como é beijar-te. Basta-me, aqui e agora, experimentar fechar os olhos e beijo-te... Naturalmente.

Jamais esquecerei a noite em que me beijaste pela primeira vez. Jamais esquecerei o teu primeiro beijo. O primeiro de poucos, é verdade... Jamais esquecerei que me disseste baixinho: <<-Calma...>>. De seguida, tocaste delicadamente no meu colo e voltaste a sussurrar: <<-Sente, apenas sente>>.

Estás a ver, Mãe? Falei-te do Amor. Vês o que acontece comigo sempre que te sinto? Sempre que me "cutucas" e me fazes seguir em frente sem reservas, sem medos nem qualquer pudor? Acima de tudo, agradeço-te por me teres ajudado a serenar a alma. Eu estava tão sem rumo... Tão angustiada. Tu sabes. Tu sentiste. Foi e será sempre assim, não é? Estás em Mim. E assim se explica o porquê de me teres levado a querer aquele abraço e a desejar ardentemente que aquela pessoa em particular me abraçasse também. Assim aconteceu. Senti-me uma Menina Grande, a Tua Menina. Aquela que sempre admiraste e que, ainda hoje, amas incondicionalmente.

Há noites assim.

Cheguei a casa, depois de mais um longo dia. Pus a conversa em dia com o Di, tinha que ser! Pedalei na bicicleta até não aguentar mais. Fiz pranchas e flexões. Entrei no banho. Saí do banho e limpei-me. Saltitei até ao quarto porque já não me lembrava onde tinha deixado os chinelos. Sou apenas distraída, como diz a nossa Princesa Tatiana.

Cantarolei baixinho qualquer coisa, em jeito de dueto com o Camané, que havia tomado banho comigo. De seguida, alcancei o telemóvel. Do outro lado estava a Célia. E, tal como eu e tu fazemos todas as noites, trocámos beijinhos doces e votos de bom sono.

Sabes Mãe, acabei por confessar à Célia este nosso segredo... O dos beijinhos de boa noite, na testa e no nariz... Ainda hoje aguardo ansiosamente por esse momento quando, ao cair da noite, me vens beijar, mimar e afagar este meu cabelo farto. Sempre que vens, sinto-me "Dona deste Mundo e do Outro". Sinto o meu Porto Seguro bem amarrado. Sinto-me verdadeiramente enraizada.

Pois é Mãe... Tu és assim. Mas não te posso querer só para mim. Sempre foste um Espírito Solto. Sempre serás uma Mulher do Mundo e, claro, ninguém pertence a ninguém.

Tu, Célia... Iluminas os meus dias. Estás aqui. Naquele Lugar, onde só entra quem tem cópia da Chave Original. Eu sei que tu sabes o quanto me tornaste forte e maior, apenas por me dares dois beijinhos de boa noite... Obrigada, Sweety. "Nanei" bem, tal como me pediste. Sou muito bem mandada. Quer dizer, tenho dias...

Provavelmente, não conseguirei abraçar a Pessoa Amada todas as vezes que este meu Coração Inquieto me pedir. Porém, e porque neste Imenso Universo a Lei do Retorno existe, sou abraçada todos os dias por ti, Mãe e também por ti, Célia.

E porque existem dias e noites assim... Esta foi, apenas, uma forma que arranjei para vos falar de mim.

SINCRONICIDADE<-->UNIVERSO<-->LEI DO RETORNO


Nouvelle Vague, In a Manner of Speaking

(http://www.youtube.com/watch?v=0ZilC3ldN84&feature=related)

22 de março de 2009

Instantes Depois.

De alguma ausência...

Foto de Luís Guerra, Outubro de 2002 (Vendas de Gavinhos, Oliveira do Hospital)

Por motivos diversos, ausentei-me. Porém e, como escrever me faz sentir bem e ainda mais importante, regresso às actividades "bloguistas" hoje e, desta vez, apresento-vos em traços largos o que têm sido estas duas semanas alucinadas. Prometo não me alongar muito, até porque a hora avançada não me permite, depois porque o cinzeiro está quase cheio e, por fim, o meu copo de vinho tinto Marquês de Borba está praticamente vazio. Assim sendo, começo por falar de...

Amizades.
Mr. Santiago fez 29 aninhos. A prenda surpresa foi uma tarde bem passada na companhia de uma Grande Estrela. A Sô Dona Estrela, Amiga e Funcionária da Sô Dona Amália Rodrigues. Levei o Santiago a visitar a Casa Museu da Amália. Para os amantes do Fado, é algo que recomendo vivamente. Mas não posso exprimir o que senti na integra. Desde os calores logo à entrada da Casa, à emoção, à presença constante daquela Grande Senhora do Fado e do Mundo ali, naquele que era o seu Mundo, a sua Casa, a sua Vida. Havemos de lá voltar. De seguida, rumámos para a Praça das Flores e fomos "esplanar". Bebemos uns martinis, fumámos cigarros e conversamos horas a fio. O jantar aguardava-nos, lá na outra banda. Levei-o a jantar ao Barbas. As entradas estavam fenomenais e o vinho então, do melhor (aconselhado por um de vários empregados que não largam a minha mesa, sempre que lá vou... é assim desde os meus 5 anos) . Foram duas garrafas para acompanhar a Ceia. Ficámos por ali. Recebi flores do meu Pai Vasques, que fez questão de marcar convenientemente o Dia da Mulher que se avizinhava. Conversámos e rimos horrores com o Sr. Ramos, vulgo Barbas, e com o Jorge Máximo, o taxista que, se me permitem a redundância, é o Máximo. Santiago ficou-se pelo último whisky e demos mais umas quantas gargalhadas com o discurso daqueles dois personagens saídos da CATEDRAL BENFICA. Só quem priva com eles entende estas minhas palavras. E nem sempre o que se vê e ouve na TV corresponde à realidade. São ambos dois Senhores. Dois Seres Únicos! De tal forma que, se não fossem os nossos ténis, tinha-mo-los acompanhado até à discoteca Ondeando, passo a publicidade, atenção. Fumamos mais uns cigarros, sentimos a maresia e voltámos para a Aldeia...

Amizades II.
Estive com a Sara várias vezes durante estas duas últimas semanas. Gosto ainda mais dela hoje, do que já gostava ontem. E ela sabe bem porquê. Obrigada, Sara, pelas tuas palavras amigas, pelos sorrisos e pelos abraços que me dás. Obrigada por me respeitares, por me ouvires e, acima de tudo, por quereres o melhor para mim. Ouço-te com atenção e sinto a verdade nesses olhos verdes tão sinceros.

Amizades III.
A Hiper-Mega-Única Isabel tem estado quase todos os dias comigo no gabinete. Não nos conseguimos orientar com as inúmeras tarefas conjuntas que temos por concluir mas chegaremos lá. E porquê? Porque sim! Obrigada, Isabel, pelos beijinhos à despedida, pelos olhares amigos e por me ouvires também.

Amizades como a da Minha Sweety.
Palavras para quê? Continuas a dar-me a mão e o colo, como ninguém. Obrigada por me levares a "comer" Sol à sobremesa. São menos uns quilinhos e faz-nos bem a ambas. Mesmo quando te enganas nas datas das provas dos vinhos e vamos para a ViniPortugal no fim-de-semana, a pensar que teremos néctar dos deuses alentejano... Mas até nesse Sábado havia Sol e pudemos passear no Terreiro do Paço e depois até ao metro do Chiado. Esqueçamos pois a desgraça daquele jogo de futebol, em que saímos ambas da Catedral com o "cabeção empinado", com aquele resultado "mer****" com o Guimarães. Valeu-nos a tua Cataplana de Peixes e Mariscos. E sem mais comentários sobre este assunto, pois já me cresce água na boca, chegamos a Domingo passado. A Sweety e o seu Big Boy levaram a Menina aqui a ver a Selecção Nacional de Rugby jogar com os "espanholitos" no Estádio Universitário. Boa! Valeu-nos a garra daqueles moços musculados, ali a defenderem a Pátria e a Bandeira Portuguesa, como em mais nenhum desporto se vê. Valha-nos isso, porque se pensarmos no futebol da actualidade... É de fugir, correcto? Thank you Sweety, pelo fim-de-semana excelente que nos proporcionaste.

Amores versus "Desamores".
Que é como quem diz, mais pró "desamor". Bom, tem sido um "osso duro de roer". Estou a "curtir uma onda" menos boa, é verdade. Apaixonei-me de novo pela pessoa errada! Foi assim, sem rede... Again. Mas Aqui estou. Sei que estás por aí, seu "Sentimento Macaco", vulgo Amor... Sei que gostas de brincar às escondidas comigo. Mas, também sei que te vais revelar a qualquer momento e me vais mostrar que também eu serei compensada. Não ter o amor, o carinho e a atenção da Pessoa Amada é "fo****", por isso aprendi o quão importante é racionalizar. Se não é bom para nós, se não nos faz bem... Adeus. Já não é Amor. Dói, ah pois dói! Então, se dói assim, não quero. Volto para dentro de mim! Quero encontrar de novo a minha Chama Imensa, primeiro para me aquecer e depois... Depois, quero AMAR DE NOVO ASSIM! Com garra e fervor! Sou EU! Existo! Quero tudo a que tenho direito e ainda mais... Quero mais um par de botas, também. AllStar ou umas outras de cor berrante, como aquelas minhas botas amarelas deliciosas!

Descobertas ou Re-Descobertas?
Re-Descobri um Ser Especial que, para além da sua formação na área de Informática, escreve uns livros sobre a Morte e a Vida. Eu e a Isabel fomos assistir às Conversas da ... (não digo de onde senão a Sweety enerva-se e vá-se lá saber o que esta Mulher é capaz de fazer!), desta vez sobre a 2.ª Edição de um livro que recomendo como leitura "obrigatória", "O Desafio da Morte", que nos fala, acima de tudo, de Vida. Como podemos aprender a estar nesta Vida, sabendo que dela também faz parte a Morte. Sem qualquer pretensão de ser doutrinal, trata-se de um livro intimista, de fácil leitura e que tem uma capa fabulosa. É azul... E não escrevo mais nada. Leiam. Vão apreciar. Obrigada ao "Tal Ser Especial" pelo Momento. Pela Partilha. Por Ser Como É... Assim, Tão Genuíno.

Dia do Pai.
Mais uma daquelas datas comerciais... Para mim, claro. Mas cumpri bem o meu papel e fiz do dia do meu Pai um dia melhor. Ofereci-lhe palavras. Palavras minhas, honestas e profundas. Ele apreciou-as tanto quanto o livro "Sinfonia para os Cinco Violinos". Este "livrito" versa sobre aqueles que foram uns grandes senhores no mundo do futebol "esverdeado" mas, principalmente, do futebol português. Sou do Glorioso Benfica, como sabem, mas admiro o futebol em geral, como desporto entusiasmante que é, que move pessoas, paixões, ergue bandeiras e que nos faz sofrer! Por isso mesmo, fiquei satisfeita por perceber que o meu Pai adorou a lembrança singela que lhe ofereci nesta ocasião, não por frete atenção, mas por saber que ele gosta de mimos. Tal como a Filha dele. E quem não gosta?

Morte. Momentos.
Esta semana partiu Daqui o Avô Beto. O Avô de um dos meus Afilhados. Têm sido dias duros para mim. Estou mais frágil. Mais sensível. Meio perdida em pensamentos. Tenho sentido tudo, chorado muito mas também ri. A mim coube-me a tarefa de ir buscar o Di à escola na Sexta-Feira à tarde. Abraçou-me, pediu-me para carregar a sua mochila. Perguntou-me se tinha ido ao funeral do Avô. Descemos a rua a comer cada um o seu corneto, demos uns pontapés numa bola qualquer. Não houve perguntas. Houve sim, troca de palavras simples, apenas porque aquele Miúdo é tão... Meu. Falei-lhe de como sinto a minha Mãe Judite presente, mesmo não podendo vê-la, senti-la, tocá-la e não podendo sequer cheirar-lhe o pescoço. Ele ouviu-me com atenção. Sabe que eu sou assim... Diferente. Diferente da maior parte das pessoas que cruzaram o Caminho dele. E adora-me porque eu sinto-o cá dentro. Os meus Sábados sem o Di já não são os mesmos... Sem aquele frenesim de acordar cedo para o receber, para estar com ele, para irmos ler o Expresso no café, sem os nossos almoços, sem os nossos passeios antes de o ir levar aos Escuteiros... Este Miúdo eleva-me. Faz-me sentir tão amada, tão querida. Este Miúdo faz-me sentir Viva.

Promessa.
Prometo não me ausentar tanto tempo. Faz-me tanta falta escrever... Estou bem melhor agora, depois de sentir que fiz o que devia fazer, no momento certo. E garanto-vos que esta sensação boa se deve apenas à escrita e não... Ao Marquês de Borba.

Fiquem bem. Boa semana. Estaremos juntos... Soon.

Yes, "Soon" (http://www.youtube.com/watch?v=WybjHMUTFhM)

6 de março de 2009

As Cegonhas Anunciam Visitantes.


Foto de Luís Guerra, Outubro de 2002 (Vendas de Gavinhos, Oliveira do Hospital)

Poesia "Fengshuista"

“Passada a porta do jardim há um caminho, e o caminho deve ser sinuoso. Na volta do caminho há uma cerca e a cerca deve ser pequena. Por detrás da cerca há um terraço e o terraço deve ser bem nivelado. Nos bordos do terraço há flores e as flores devem ser frescas. Além das flores há um muro e o muro deve ser baixo. Junto ao muro há um pinheiro e o pinheiro deve ser velho.

Ao pé do pinheiro há rochas e as rochas devem ter forma original. Em cima das rochas há um pavilhão e o pavilhão deve ser simples. Por trás do pavilhão há bambus e os bambus devem ser delgados.
Onde terminam os bambus há uma casa e a casa deve ser isolada. Junto à casa há um caminho e o caminho deve ter uma encruzilhada. No ponto onde se unem os vários caminhos há uma ponte e a ponte deve tentar-nos a que cruzemos.

No extremo da ponte há árvores e as árvores devem ser altas. À sombra das árvores há relva e a relva deve ser verde. Mais além da relva há uma vala e a vala deve ser estreita.
Onde começa a vala há córrego e o córrego deve ser cantante. Além do córrego há uma colina e a colina deve ser vasta. Na falta da colina há uma horta e a horta deve ser grande.

Na horta há uma cegonha e a cegonha deve dançar. A cegonha anuncia que há um visitante e o visitante não deve ser vulgar.
Quando o visitante chega há um vinho e o vinho não deve ser recusado."

Yutang, 1997


Muito nos agrada esta imagem. A imagem de uma Cegonha que anuncia, simplesmente, a chegada de alguém. A chegada de Visitantes. Estes são Especiais, não podem ser vulgares.

Apreciamos todos os Jardins... Tenham eles portas ou não. Se tiverem portas há que abri-las para que possamos avistar o Caminho. Este já Cá está... Nem sempre o conseguimos ou queremos enxergar. De que fugimos todos? Será de Nós Próprios? E se sim, porquê?

Quando Aqui chegámos, ninguém disse que este Caminho era simples, que não era sinuoso. É sinuoso sim. Tem obstáculos, vicissitudes, alegrias maiores, outras menores. Tem do bom e do melhor.

Ao passarmos por todas as portas vamos crescendo, evoluindo. Fortalecemo-nos. Somos mais de Nós Mesmos. Reconhecemo-nos cada vez mais. Ainda assim, é descoberta. É processo. Sempre, sempre um processo.

Ao avistarmos as colinas da Vida, sentimos cada vez mais desejo. Desejo de subir a todas as árvores, colher os frutos e prová-los demoradamente ali, estendidos, deitados na relva, enquanto ouvimos o barulho doce dos canaviais e dos bambus que se envolvem numa dança intimista e "dengosa"...

Perdemo-nos em pensamentos. As ideias e as palavras saltitam a "todo o vapor." O calor do Sol cora-nos as faces. E coramos... Somos Meninas Pequeninas. E porque não? Podemos cantar bem alto, rir e rir como se não houvesse amanhã. Podemos bater asas e voar, tal como as Cegonhas...

Brindemos todos aos Visitantes. Bebamos esse Néctar dos Deuses, o Vinho. Não o podemos recusar... Primeiro, porque gostamos muito e, depois, porque só assim enalteceremos o Momento, conferindo-lhe todo o seu esplendor e toda a sua divindade.

Espalhem a Notícia. Voem e dancem como Cegonhas. Valorizem todos os Visitantes...

Sérgio Godinho, "Espalhem a Notícia"
(http://www.youtube.com/watch?v=jh1aK3qwmuc)


2 de março de 2009

Como Sempre. Como Dantes.


Venda Nova, 20 de Maio de 2008
Eras um Menino quando te conheci. Hoje és um Homem Maravilhoso. Admiro-te. Venero-te. Entendes-me. Sentes-me à Distância. Distância, qual distância? Paredes, prédios, ruas, sol, chuva ou vento, as pessoas, as outras pessoas... O que é que nos derruba? Nada. Nem a morte. Nem aqueles que já partiram. Esses sim, riem-se de nós. Brincam connosco. Mandam vir as Chuvas. Iluminam as nossas Vidas. Fazem-nos sorrir ainda mais. Unem-nos. Aconchegam-nos a Alma. Aquecem as nossas longas conversas. Estão Aqui, estando Lá Longe. No Bem Bom. Vinho, cigarros, risos, sorrisos, gargalhadas, palavras engraçadas, conversas soltas que fluem naturalmente. Esses, aqueles que sempre nos mostraram que vale a pena estar vivo, aqui e agora no Presente.

Hoje é o Teu Dia. Mais um apenas. E vês como as tais 24 horas já estão a terminar? Daqui a um ano estaremos em New York. Provavelmente já passámos a tarde toda na 5th Avenue, a fazer compras e andar pela rua cheios de sacos. A esta hora, recordaremos sorrindo o dia de hoje e já se terá passado um ano. Mas... Estaremos juntos. Como Sempre. Como Dantes. O que nos move? Os Abraços Apertados. As Coisas Boas Da Vida que estão aí para Nós. Que bom é saber vivê-las e partilhá-lhas. Que bom é saber que nos temos. Perto ou Longe. Não há distâncias nem pontes entre Nós. Há Amor. Há Amizade. Há Ternura. Tu na Casa dos Vinte e eu na Casa dos Trinta. E Somos Nós, tão Enormes. E tantas vezes Pequeninos... Como quando a noite cai e traz com ela aquele "bicho papão"...

Sim, eras um Menino quando Te conheci. Recordo-me perfeitamente de uma conversa perdida na tua sala, onde me mostrastes a lareira onde, tantas vezes te aquecias. Lareira essa onde depois me aqueci também, tantas e tantas outras noites, depois de jantarmos com a Tua Família que, no fundo, também é um pouco minha.

Pintaste-nos os azulejos que ainda hoje têm o nome Paula escrito. Esses azulejos estão na Casa do Norte, na Vila do Mato. Estamos por viver mais esse Momento. Quero-te lá comigo! Apreciaremos o final das tardes, quando a brisa mais fresca se aproxima. Estaremos deitados nos baloiços, num balanço suave. Tal como a nossa Amizade. Tal como a nossa Força. Suaves mas Agarrados à Terra, como Ancoras. Saborearemos aquele vinho especial, nuns copos grandes de pé alto. Acordaremos tarde pois as noites terão sido longas. Quem sabe já passadas junto da lareira da cozinha ou na da sala. Teremos ido ao meu sótão de onde avistámos todas aquelas Estrelas Cintilantes e Coloridas. Descemos para mais uns tragos no cigarro enquanto bebemos. Vinho, claro. Teremos jantado. Sabes como adoro preparar jantares e mesas com retoques especiais. E lá continuámos com vinho. Bem ao nosso jeito.

Nunca seremos Seres Perfeitos mas temo-nos para o bem e para o mal. Como Sempre. Como Dantes. Gosto de Ti, assim. Quem me dera já me ter apaixonado por ti. Teria "arranjado" o Mundo para Ti. Saltaria entre montes e vales para te alcançar. Correria na praia atrás de ti. Tu ficavas a construir Castelos na Areia enquanto eu procuraria Coisas e apanharia Conchas para que depois pudesses fazer, quem sabe, aqueles Espanta Espíritos que só tu sabes. Mimar-te-ia ainda mais, tal como mereces. Dava-te a mão, acendia-te um cigarro e afagava-te o cabelo e a nuca. Servias-me a comida, o copo de vinho e no fim... No fim cortavas o meu gelado de maracujá às fatias, enquanto "gargalhávamos" imenso à conta do "Obrigada, Obrigada" da Sô Dona Amália. A Nossa Amália, só Nossa.

Estamos Juntos, de qualquer maneira. À nossa maneira. Seremos sempre assim, os Iluminados aqui da Aldeia. Diferentes. Ousados. Rebeldes. Meninos Simples, por vezes. Bem ao Nosso Jeito Estúpido de Ser, enquanto partilhamos esta Estranha Forma de Vida. Homem e Mulher. Dois Corações. Uma Amizade.

Sabes Tiago, Há Amores Assim. Talvez por isso, e ainda hoje, te olhe assim... Em Estado de Pura Contemplação. Sente-se em Nós. Olha bem para a Nossa Foto!...

Até já. Até Sábado. Quero-te só para mim. Está prometido! Vamos dar Aquele Abraço...
Muitos Anos de Vida. Nesta e naquelas que se avizinham. Voltaremos juntos e, tal como Agora, Eu Sei Que Esperas Por Mim.

"Eu sei que esperas por mim
Como sempre, como dantes
Nos braços da madrugada...
Eu sei que em nós não há fim,
Somos eternos amantes,
Que não amaram mais nada.
[...]
Mas Deus quer mais sofrimento,
Quer mais rugas no meu rosto
E o meu corpo mais quebrado...
Mais requintado tormento,
Mais velhice, mais desgosto,
E mais um fado no fado."

Camané, "Mais Um Fado No Fado"
(http://www.youtube.com/watch?v=2kQVZX7FBiM&feature=related)

1 de março de 2009

Há Gente Que Fica Na História Da Gente...

Foto de Hugo Cruz. Carnide, 24 de Fevereiro de 2009

Eles são poucos mas bons. Ainda assim, não deve ter sido fácil. Eu não desconfiei de nada até ter entrado no restaurante e ter avistado o Zé. «-Mas que diabo fará o Zé em Lisboa, numa terça-feira de Carnaval?» pensei eu, até porque nem vi logo a Fátima! Avancei a medo, apavoradíssima. A Célia começa a segredar-me "trinta por uma linha" ao ouvido mas eu... Eu já não ouvi nada. Olhei-vos a todos, perplexa. Apeteceu-me fugir, tal como pensou a Isabel. Mas não o fiz.

Abracei-te Célia. Tens esse colo fabuloso onde me encaixo tão bem, sem nunca ter que falar nada. Não é preciso, pois não? Lá me vais lendo a alma, sentindo as dores do meu peito e claro... Conheces bem os meus "sopros" e "assopros". Uma questão de expressividade, nada mais. De seguida, abracei a Fátima e senti-me conectada de novo, ligada à Terra, aquele Porto Seguro... É certo que, se não vos tenho abraçado às duas naquele momento, teria fugido.

O motivo que vos levou até ali eu não preciso conhecer. Li as vossas palavras naquela noite e, mesmo quando as leio agora, ainda me emociono. Cada um de vocês ocupa um lugar especial no meu Coração. Gosto de saber que vos sinto e aprecio individualmente, não por aquilo que me possam dar mas sim, por aquilo que vocês são na vossa Essência. E espero estar sempre à altura de merecer a vossa atenção, carinho e, acima de tudo, a vossa Amizade.

A sensação de que não me consigo fazer entender acompanha-me desde sempre, vá-se lá saber porquê. Falo sempre muito, foco-me pouco mas quero acreditar que, de alguma forma, eu não entrei nas vossas Vidas por acaso. Não tenho assim tantas certezas, a sério... Sou um Ser Humano num processo de auto-conhecimento constante, lidando todos os dias com a vontade de mudar sempre para melhor, para evoluir como Individuo.

Não escondo que faço uma clara distinção entre o que são os meus Colegas e os meus Amigos. Os meus Amigos são poucos. Mas sou, de facto, bafejada pela sorte. Talvez por isso mesmo é que a Célia conseguiu juntar facilmente Colegas que já são Amigos! E fruto das tecnologias localizou a Fátima e o Zé, salientando também que se aliou ao meu Pai com a finalidade de "sacar" uns outros tantos contactos. A Sofia, o Diogo, o Rui, o Tiago, a Gabriela, o Rafael, a Sara e o Ricardo não puderam aparecer. Ainda assim, fiquei feliz na mesma. Sei que a Célia não duvida que tudo valeu a pena.

Estava cheia de saudades do João Paulo. Caramba... Fazes-me falta João Paulo, sabias? Nada é como era e tu sabes... Tu sentes saudades nossas também. Admiro-te tanto pelo Homem, pelo Profissional e pela Pessoa Maravilhosa que és. Mantém-te por perto, por favor. Preciso de ti na minha Vida. E todas as palavras parecem-me poucas para descrever o que sinto por ti.

Claro que ainda hoje, sinto saudades do cheiro do cabelo e da roupa do Bruno, lá naquela sala... O Bruno Marçal, esse grande Macaco, com cara de Anjolas. Teremos sempre visões diferentes sobre algumas temáticas, é certo, mas ele será sempre aquele que domina as informáticas, assim como o seu Super Gato Marty, e eu serei sempre aquela que sabe mandar faxes, diz "FêTêPê" em vez de "EfeTêPê" (vulgo, FTP) e que gosta de "Raikus". Bom, ninguém está a entender nada disto a não sermos nós e a Isabel, claro!

A Isabel, a minha Macaca Isabel... Sinto-me sempre em Paz contigo, sabias? Tens uns olhos grandes, capazes de alcançar este Mundo e o Outro! Somos miopes, é certo, mas não perdemos de vista a nossa capacidade para sonhar e para amar todos aqueles que nos são queridos. Carregas contigo a sabedoria de uma Hiper Mãe, com poderes especiais para amar mesmo aquelas que não são do teu sangue. Tal como me amas a mim. Obrigada por tudo, Isabel... Obrigada por continuares a ser sempre igual a ti mesma. Quero-te para sempre na minha Vida.

Do meio do nada, surgiu no ISCTE uma personagem curiosa, com 1,5m e toda furada. Já lá vai um ano e não consigo entender como é que tu, Cláudia, tens aguentado aquela gente louca da DSI! Vocês sabem que eu considero a Claúdia uma das Miúdas mais Giras e Sexys do ISCTE, a seguir a mim, claro, à Célia e à Sara?! Miúda, não me canso de dizer o quanto te admiro e o quanto venero a tua inteligência. Tens uma Aura Lilás que te confere um potencial enorme. Oxalá consigas sempre explorá-lo da melhor forma, a fim de alcançares tudo quanto desejas. De qualquer forma, o Universo está atento e conseguirá guiar-te sempre no teu Caminho. Deixa-te levar, sem medos. O Caminho faz-se... Caminhando. Obrigada por todas as janelas e portas que me tens aberto. Obrigada por todas as gargalhadas, pelas tuas sardas e rugas e por todas as estrelas que consigo alcançar, ali sentada no degrau do teu quintal.

Tenho um profundo respeito, e uma admiração ainda maior, pelo Artista de Serviço. Tu, Hugo. Sabes que "fui com a tua cara" desde o primeiro instante? Acompanhei de longe os problemas de saúde que tiveste no passado, que para mim só passaram de pequenas provações, talvez para que pudesses tirar lições da vida. Mais lições. Depois, à medida que me foste falando da Carla, a tua Carlinha, senti logo que vos conheço não só Daqui mas, quem sabe, de algum outro Instante. Admiro-vos como Casal, na vossa Sintonia Perfeita de Dois Seres Humanos que se gostam, admiram, cuidam e respeitam. Até por isso, por me teres permitido conhecer a Carlinha, te quero agradecer. Obrigada por me aceitares e respeitares como sou. Obrigada por me ouvires sempre, mesmo quando "vês" aquela névoa na minha face. Obrigada por aturares as minhas manias das fotos. Tenho uma empatia contigo muito particular que me faz deixar assim, à vontade. E, claro... A tua Máquina consegue capturar o melhor de mim, sempre!

Agora confesso que, para vos falar do meu Amor pela Fátima, necessitaria de editar vários post. Estamos nesta Vida com uma Missão conjunta. A Missão de Ajudarmos os Outros. Sabiam que, a seguir à Minha Mãe Judite, só voltei a sentir-me amada incondicionalmente pela Fátima? Olhem, sei lá... É isto que me vai na Alma. E sei que, mesmo estando fisicamente longe, tu estás sempre comigo. Sabes que, sempre que me olho ao espelho, consigo ver-te através do "nosso" sinal na cara? É verdade, Linda! Até temos sinais iguais, quem explica isto? Quem explica esta empatia subdita que se manifestou há quase três anos atrás? Ninguém vai acreditar que nos conhecemos apenas em 2006. Ainda hoje me pergunto como é possível sentir-me tão em casa, estando na tua casa... Por mim, já me tinha mudado para a Benedita ontem. Mal sei viver sem ti aqui em Lisboa. Fazes-me tanta falta! Quem aguenta estar sem ouvir as gargalhadas do Zé Vitorino? E quem é que, para além do Zé, partilha laranjas e cervejas comigo? Vocês, só vocês me fazem sair "a abrir" de Lisboa, rumando até à Benedita como se não houvesse amanhã! Sinto-vos "meus", sem qualquer sentimento de posse. E não duvidem... Se tivesse nascido do vosso amor, seria igualmente feliz. Também por vocês me escasseiam as palavras. Estarei aí em breve, esperem por mim... Como sempre, como dantes.

Tu, Menino Carlinhos... Muito obrigada por tomares conta da Célia. Não te peço mais nada, apenas isso. Toma conta dela por mim, sempre que eu não possa estar por perto. Durante o dia no ISCTE, cuido eu, não te preocupes. Esta coisa de podermos fazer turnos para tomar conta da Célia é bom! Ela fica sempre bem entregue, seja nas tuas ou nas minhas mãos. Gosto de ti, não só porque és o Companheiro de Vida do "Nosso Doce" mas, acima de tudo, porque te admiro imenso. Conheço a tua energia boa. Gosto da tua forma de estar na vida, assim tranquilamente. Quero ser assim quando for grande como tu, pode ser?

E quem é que não conhece as tipicas familias italianas? Posso apresentar-vos a minha própria versão da familia italiana. Sim, sim. Tenho uma Tia Italiana que até tem o mesmo nome do que eu, Paula Santos, mais recentemente pertencendo ao Clã Baleiro, por parte do meu Tio Alentejano/Italiano. Os meus Tios italianos são igualmente roliços e bem dispostos como eu. Pontualidade? Nããã... Isso fica para os ingleses com a mania das grandezas. Nós gostamos mesmo é de comer bem, sejam salgados, sejam doces. Marcha tudo. Conheço a Paula há precisamente 500 anos sim, quinhentos anos. Trabalhámos juntas e, quando me dei conta, estava fechada no gabinete a fazer brindes para o casamento da Paula e do Angelo. Acham estranho? Mas não, não é. Obriguei a Paula a oferecer uns saquinhos que eu inventei no momento, com pout-pouri embrulhado em tule que mandámos o Angelo comprar. A Paula é daquelas pessoas super divertidas que, mesmo quando o Mundo lhe desaba em cima, ela consegue ter a capacidade para rir e fazer rir. E não precisamos de falar todos os dias. Estamos aqui, uma para a outra. Foi sempre assim. Será sempre assim... Nós sabemos que sim.

Hi Sweety! Sua Maluca. Quem te manda a ti fazeres-me jantares surpresa? Mas quem é que te encomendou o serviço? Não me digas que já não chegam os manjares dos deuses que me proporcionas sempre que vou lá a vossa casa? Quem diria que invadias assim o meu Coração, tal e qual Napoleão por esse Mundo fora? Quando te conheci, tu já me conhecias. Curioso, não? O tempo, aquele que os relógios suiços marcam, não tem qualquer importância quando temos Amigos como tu. Não há espaço-tempo que importem quando sentimos esta comunhão de ser e de estar apenas porque... Olha, porque sim! Que faço contigo Célia? Palmadinhas no rabiosque não! Por isso, resta-me apenas ser eu e estar em ti, em nós... Na nossa Vida comum. Promete-me uma coisa: Vamos VIVER sempre assim? De sorriso aberto, óculos de Sol mesmo que chova, caminhando suavemente tipo duas "Pretty Women", apreciando todos os Momentos, minuto a minuto, como se não houvesse amanhã? Ajuda-me a melhorar como Pessoa. Abraça-me sempre, por favor. Ralha comigo por vir ao 2 e ao 3, cada vez com maior regularidade. Dá-me a tua Mão. Enrosca o teu Braço no meu e... Não me deixes Caminhar sozinha. Sem ti, já não seria capaz.

Ficava aqui... A contar-vos mais histórias. Podiam até adormecer no meu colo. Teríamos tempo, com certeza. Temos sempre tempo para cuidar dos Amigos. A frase não é minha mas faço questão de a deixar aqui escrita. Afinal, este post é destinado...

"Aos que insistem em passar pela vida sem marcar... E aos que marcam deixando saudade!"

"As coisas vulgares que há na vida não deixam saudade
Só as lembranças que doem ou fazem sorrir;
Há gente que fica na história da história da gente
E outras de quem nem o nome lembramos ouvir;

São emoções que dão vida à saudade que trago (...)

Há dias que marcam a alma e a vida da gente (...)

A chuva molhava-me o rosto gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha já eu percorrera
Ai... Meu choro de moça perdida gritava à cidade
Que o fogo do amor sob a chuva há instantes morrera;

A chuva ouviu e calou meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro trazendo a saudade..."


Mariza, "Chuva"
(http://www.youtube.com/watch?v=R1RTZLT6wAU&feature=related)