27 de fevereiro de 2013

Eu sei.

Eu sei.
No fundo, no fundo eu sei.
Eu sei que mereço que me tenhas deixado por aí. Sim, deixado por aí. Perdida e abandonada que nem uma cadela sem dono, sem tecto e sem rumo.
Já te sorri, já te ri. Já te chorei vezes sem conta. Eu sei que sim.
Era tua, só tua. Era a tua menina de olhos grandes e pestanudos. E hoje? E ontem? E amanhã? Pois, eu sei. Nada sou.
Eu sei. Eu mereço, não é?
Eu sei que sim. Aliás, caso contrário, nenhuma outra explicação existiria para me teres abandonado.
Eu sei. Eu mereço. Eu sei que assim é.
Eu sei. Mas gostava que me ouvisses gritar que tu, para mim, ainda és tudo.
Eu sei. Tu já não me ouves. Tu já não me queres. Mas sabes que mais?
Eu sei.









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