8 de fevereiro de 2009

Ser para Ter ou Ser para Amar?

















«Silêncio Fecundo.


As grandes conquistas não têm lugar em situações barulhentas mas em horas de tranquilidade e de silêncio. O Mundo gira silenciosamente para aquele que inventa novos valores e não para quem faz muito barulho.»

Friedrich Nietzsche


Sentimos uma dor profunda cá dentro, no peito. Nada de físico, julgamos. Mal sentimos a garganta. Talvez tenha partido para parte incerta. Não a vamos querer encontrar, garantimos. Nem hoje e amanhã… Amanhã logo se vê.


A nossa garganta representa a comunicação e a nossa capacidade (ou a falta dela) para nos expressarmos. E nem todos somos dotados desse bem tão precioso e tão raro… O poder da comunicação, esse grande símbolo da nossa liberdade, que nos garante a possibilidade de usarmos e abusarmos dessa característica única e intrínseca ao Ser Humano: o Livre Arbítrio para decidirmos sobre tudo o que nos acontece de bom e de mau. Sobre tudo o que temos cá dentro. Sobre o que pensamos e queremos (ou não) para nós.

Seremos criaturas à beira do Infinito? Conheceremos, ou almejamos conhecer, o verdadeiro sentido da Existência? Ou será que todos os caminhos nos “conduzem a um mesmo fim: a revelação de nós”, como escreveu Pablo Neruda?

Somos livres para nos libertarmos. Sairmos de Nós é o sinal vivo de que nos libertamos. Passamos pois a um estado de Conhecimento e de Compreensão. Podemos ser tudo para todos sem perder a nossa identidade, a nossa Essência e, assim, será possível avaliar o que representa não amar ninguém e até não ser amado.

Pelo melhor que damos aos outros devemos querer (e saber!) também receber. Não se trata de economia, atenção. Não nos referimos a um cálculo de compensação ou a uma fórmula matemática repetida vezes sem conta e da qual conhecemos sempre o resultado final. Escrevemos aqui e agora sobre um equilíbrio natural entre os Seres Humanos, fruto da prática de uma das leis do Universo, a Lei do Retorno. “Gratuitidade”. Será que podemos considerar esta palavra como válida?

Dar e Receber, eis a questão. Apeteceu-nos escrever sobre isto. A consagração ao Individuo, à Pessoa, ao Amor e à Amizade,só pode ser perfeita se for contínua. E a fidelidade pessoal será sempre uma fidelidade criadora e renovadora. Sermos livres para a Liberdade garante-nos a aceitação do Destino, da Dor e da Alegria. E vai conduzir-nos forçosamente à aceitação perante os outros. Nem sempre seremos bem entendidos. Nem sempre conseguiremos prender a atenção de todos mas seremos verdadeiros, de nós e para nós.

Se somos livres de Alma e Coração, podemos construir pontes para além do abismo da sociedade que o seu egoísmo criou. Ao tentarmos escutar os outros já estaremos a caminhar, a fazer e a dar o nosso melhor. Somos para Amar. Temos para Sermos e para Amar. E voltamos à Sintonia Universal, à Sincronicidade que nos mostra que nos encontramos exactamente no Tempo-Espaço correctos, a fazer a coisa certa.

As palavras são dinâmicas, tal como os nossos pensamentos. Voltaremos pois ao princípio. Ou será voltarmos ao fim? Se vos apetecer, pensem nisto. Ser para Ter ou Ser para Amar? Aproveitem pois o Silêncio que, para além de valer ouro, também é fecundo.

E está escrito. Sintam-se Vivos.

(http://www.youtube.com/watch?v=PQJWI82VySs
)

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