15 de fevereiro de 2009

Às Vezes o Amor...

















Foto de Paula Santos, Agosto de 2008 (Costa da Caparica)


Lisboa, Sexta-Feira 13.

Foi dia concerto no Coliseu. Sentada na plateia ouvi e senti os Tindersticks, tão iguais a si mesmos. Vieram para apresentar, quase na integra, o seu novo trabalho, The Hungry Saw. Intimistas, num espectáculo dinâmico em termos de luzes, cores, sons e sensações.

E, como afirmou Stuart Staples "Não sei o que é que este sítio tem, mas faz-me sentir em casa.", a verdade é que o Coliseu sobe estar à altura daqueles senhores, que foram recebidos como se a banda britânica tivesse sido sempre composta pelos mesmos elementos.


Falo-vos dos Tindersticks porque numa das várias vezes em que fechei os olhos apenas para
feel the moment, dei por mim desenfreadamente à procura do meu bloco lilás, aquele onde costumo apontar umas coisas. Uma das músicas entoava uma frase que me fez simplesmente vibrar, arrepiar... Mas que ecoa até agora dentro de Mim.


E ali sozinha, mesmo às escuras, escrevi com uma caneta de tinta rôxa...
"In Your Hands I Found An Answer. Don't Wake Me Up If I'm Dreaming...".


Veio-me à memória esta minha foto, em que uma concha se revela tão imensa, numa mão pequena e rosada mas estendida de forma determinada, como quem sabe bem o que quer (e o que não quer, claro). Uma mão que se abre como se de um coração se tratasse, como quem diz: «-Estou aqui para amar e ser amada. Para ser respeitada, desejada, acarinhada e valorizada. Não! Por favor, não! Não me acordem, deixem-me sonhar!».


Parafraseando o Sérgio Godinho, em jeito de adaptação... Que hei-de eu fazer, tão nova e desamparada, se o Amor me entra de repente pela porta da frente e fica a porta assim escancarada? Vou-te dizer, a Luz começou em frestas. Se fores a ver, enquanto assim durar, se fores amada e amares, dirás sempre palavras destas. Para te ter, eu vou-te dar a pele, o meu cetim, o meu coração carmesim, as carnes e com ele as senhas. Às Vezes o Amor, no Calendário, noutro mês é dor, é cego, surdo e mudo. Mas, por te querer, vou abrir em mim dois espaços...


Gosto desta sensação de amar, de encantamento... Sinto-me Eu. Não me canso de escrever sobre o Amor. Sobre o Amor Livre, aquele que nos dá Asas para voar bem alto e para longe mas que deixa sempre um cordelinho suspenso no ar, para o caso de a Razão nos chamar...


Às Vezes o Amor é... Um Papagaio de Papel Colorido!


Sérgio Godinho, "Às Vezes o Amor" (http://www.youtube.com/watch?v=fPhC5j9ybwo&feature=PlayList&p=C101B198837534FF&playnext=1&index=59)

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