27 de dezembro de 2012

Conceito de Felicidade.

Vamos fazer de conta que é dia 25 de Dezembro, Dia de Natal, caso contrário seria difícil contextualizar este meu post.

De há sete anos para cá que o meu acordar nesta data se tornou diferente. Sim, diferente, digamos assim até para não tornar este texto lamechas e manchado já, à cabeça, por tristezas e assim. "Coise e tal", como diria Miss V.

Abro olhos assim naquela, sem saber muito bem em que terra estou. O barulho das portas dos armários, de tachos e panelas há muito que se faz sentir e, acabo, naturalmente, por me render às evidências, encaixar e realizar, de uma vez por todas, que é hora de tirar o rabo da cama.

Primeiro, solto as pernas dos lençóis para sentir a temperatura do ar, procuro os chinelos de quarto que, provavelmente, estarão um para cada lado. Respiro fundo, mais uma vez. Há muito barulho lá ao fundo, na cozinha. Raios, xiça, penico! Nos entretantos, o cheiro de carne a assar tranquilamente no forno é algo que se me entra pelas narinas e me faz farejar, como se do mais belo perfume se tratasse. Mas não se trata do mais belo de todos, não. Isso é que não.

É o odor, o sabor, o calor do pescoço da minha Mãe que almejo sentir! Sei que lhe vou aparecer de surpresa, ela vai soltar uma asneirola fácil e feia mas depois aninhamo-nos como se não houvesse amanhã... Como se não houvesse destino. E, naquele INSTANTE, não existe, mesmo. De todo! Ou julgava eu que não existia. No fundo, e para ser realista, é mais isto, que há muito que deixei de acreditar no Pai Natal. Bem entendido.

Tudo o resto podia estar "lastimoso". Bom, certo e sabido que nunca fui pessoa de grandes lamentos até porque a vida tem-me corrido relativamente bem. Aliás, conheço alguém muito especial que sempre me disse «-Tu tens uma vida simpática». Confere; A pessoa está certíssima! Mas sim, por uma ou outra razão, a "coisa" podia até nem estar a correr de feição que a mim me bastava, tão somente, a minha Mãe existir, ela ser minha e eu ser a sua menina, a sua Paulinha de olhos grandes e pestanudos, de sorriso aberto e a quem ela tantas vezes obrigava a cantar. Pois que, é verdade. Fazia-me cantar e representar como se estivesse por aí, num palco qualquer. Ui, das figurinhas.

Aquele momento, aqueles abraços todos, os cheiros, o entregar-me nos seus braços, fazê-la sentir-se a melhor Mãe do Mundo e ser, garantidamente, a Filha mais feliz e preenchida desse mesmo Mundo também... Este sim é o meu conceito de Felicidade. Não, nunca conheci e dificilmente irei conhecer outro igual.

Hoje, no agora dos dias presentes que correm desalmadamente, como se fossem uns grandes malucos, as manhãs de dia 25 de Dezembro são, nada mais e nada menos, iguais a tantos outros acordares domingueiros. Preguiça daqui, preguiça d'acolá, salto da cama e tudo o resto acontece. Faz parte, direi eu. Ou não, sei lá eu! 

Do património dos meus afectos posso afirmar que, pelo tempo que for, pelo tempo que durar, o meu Amor Existe. E esse Amor (ainda) és Tu, Mãe



1 comentário:

Anónimo disse...

<3
LAVU!
Sweety plus 2