Foto de Paula Santos. Casa Museu Amália Rodrigues na Rua de S. Bento, em Lisboa. 07 de Março de 2009.
Por ocasião do 29.º aniversário do T. S., decidi oferercer-lhe algo diferente. Mas este foi apenas um dos motivos que me levou a visitar aquele "espaço" onde a Senhora Dona Amália continua a "passear-se". E ainda bem que o faz. Pude "senti-La" desde o instante em que a D.ª Estrela nos abriu a porta e nos guiou durante quase duas horas, quando a visita é de apenas uma...
Identificada a foto e feito o devido enquadramento sobre a visita à Casa Museu Amália Rodrigues, parece-me que posso avançar.
Amália, poderia ter sido o meu nome (e eu não me importaria mesmo nada) se...
A minha Mãe não gostasse tanto de se ter chamado Paula, em vez de Judite, o nome que lhe foi dado pela sua Madrinha de Baptismo, a D.ª Consuelo. E não, não é de todo espanhola. É bem portuguesa, uma madeirense "de gema". No entanto, e já existindo uma Paula na Família (a primeira de seis Netos do Clã Ribeiro Santos), a minha Mãe nem pensou duas vezes e eu acabei por me chamar Paula... Também.
O meu segundo nome, Vitória, também tem "estória". Vitória era a minha Bisavó paterna que, segundo o meu Pai Vasques (esclareça-se que era ele o Neto preferido) era uma Senhora encantadora e notável. Terei herdado isso dela?... Bom, não me parece. Ainda assim, o nome de Paula Vitória tem-me trazido alguns dissabores (na escola era reconhecida por todos os professores... afinal, era fácil decorar este nome pois, Paulas Alexandras, Cristinas e Marias já existiam "aos montes") mas também me traz alegrias! Por acaso sabem o nome da Águia do Glorioso Sport Lisboa e BENFICA? OK, adivinharam, é esse mesmo - VITÓRIA.
Bom, mas não é minha intenção prolongar-me muito mais (caramba, tenho o hábito de falar imenso e, se me deixassem, até para as pedras da calçada falava e falava, como dizia a Cernich...), até porque me espera um peixinho assado no forno e o belo de um (ou quem sabe mais...) copo (s) de vinho. Tinto, pois claro.
A minha paragem aqui Nesta Paragem, tem apenas um único objectivo: partilhar convosco a minha admiração, paixão e respeito por esta Grande Senhora, Amália Rodrigues. Com ela divido os medos, as noites solitárias, as dúvidas, os sorrisos, a casa cheia (ou nem tanto), as risadas altas, a mania de apanhar flores, algum glamour, a insegurança e/ou nervosismo do nunca saber muito bem o que fazer com as mãos, o ser «frágil nas pequenas coisas, mas forte nas grandes» mas, acima de tudo, o olhar. Olhos grandes, profundos e distantes por vezes... Mas honestos e transparentes.
Esta partilha é composta por informações diversas: frases, um poema de José Carlos Ary dos Santos e, por último, faço questão que ouçam o meu fado preferido da Amália.
Espero, sinceramente, que apreciem este Instante na Paragem das Máquinas. Pelo menos aqui, deste lado, uma das Mães da Pequena Paragem está feliz!
Ditos, escritos e frases de Amália:
"O que me irrita é a mentira. Mas sei que a minha história vai ser aquela que escolherem, aquela que é mais interessante, aquela que não é minha." (Amália Rodrigues, 1987)
"(...) andei toda a vida a pedir desculpa por quem sou."
"Não tenho medo da morte, porque tenho fé e, sobretudo, lucidez. Sou frágil nas pequenas coisas, mas forte nas grandes." (Amália Rodrigues, Junho de 1995)
"Não era nem bonita, nem feia. Sou complicada, mudo de expressões muito facilmente. Tinha um amigo que costumava dizer que, num dia só, eu tinha cem caras." (Amália Rodrigues, Janeiro de 1998)
"A minha vida é mesmo uma estranha forma de vida. Aconteceu-me o destino de fazer de mim o que sou."
(Entrevista de Maria João Avillez a Amália Rodrigues - Revista Atlantis; Não consegui localizar a data)
Poema "Retrato de Amália", de José Carlos Ary dos Santos:
"És filha de Camões filha de Inês
assassinada voz de portuguesa
cantando a nossa imensa pequenez
com laranjas e gomos de tristeza.
É no claro Mondego dos teus olhos
que se debruça o mal da nossa mágoa.
Ao Tejo dos teus gestos que se acolhe
o nosso coração a pulsar água.
Falando desatada de saudade
choras um povo cantas a balada
mais bonita que soa na cidade
de Lisboa por ti apaixonada."
Letra e vídeo do fado "Medo".
"Quem dorme à noite comigo
É meu segredo,
Mas se insistirem, lhes digo,
O medo mora comigo,
Mas só o medo, mas só o medo.
E cedo porque me embala
Num vai-vem de solidão,
É com silêncio que fala,
Com voz de móvel que estala
E nos perturba a razão.
Gritar quem pode salvar-me
Do que está dentro de mim
Gostava até de matar-me,
Mas eu sei que ele há-de esperar-me
Ao pé da ponte do fim."
Por ocasião do 29.º aniversário do T. S., decidi oferercer-lhe algo diferente. Mas este foi apenas um dos motivos que me levou a visitar aquele "espaço" onde a Senhora Dona Amália continua a "passear-se". E ainda bem que o faz. Pude "senti-La" desde o instante em que a D.ª Estrela nos abriu a porta e nos guiou durante quase duas horas, quando a visita é de apenas uma...
Identificada a foto e feito o devido enquadramento sobre a visita à Casa Museu Amália Rodrigues, parece-me que posso avançar.
Amália, poderia ter sido o meu nome (e eu não me importaria mesmo nada) se...
A minha Mãe não gostasse tanto de se ter chamado Paula, em vez de Judite, o nome que lhe foi dado pela sua Madrinha de Baptismo, a D.ª Consuelo. E não, não é de todo espanhola. É bem portuguesa, uma madeirense "de gema". No entanto, e já existindo uma Paula na Família (a primeira de seis Netos do Clã Ribeiro Santos), a minha Mãe nem pensou duas vezes e eu acabei por me chamar Paula... Também.
O meu segundo nome, Vitória, também tem "estória". Vitória era a minha Bisavó paterna que, segundo o meu Pai Vasques (esclareça-se que era ele o Neto preferido) era uma Senhora encantadora e notável. Terei herdado isso dela?... Bom, não me parece. Ainda assim, o nome de Paula Vitória tem-me trazido alguns dissabores (na escola era reconhecida por todos os professores... afinal, era fácil decorar este nome pois, Paulas Alexandras, Cristinas e Marias já existiam "aos montes") mas também me traz alegrias! Por acaso sabem o nome da Águia do Glorioso Sport Lisboa e BENFICA? OK, adivinharam, é esse mesmo - VITÓRIA.
Bom, mas não é minha intenção prolongar-me muito mais (caramba, tenho o hábito de falar imenso e, se me deixassem, até para as pedras da calçada falava e falava, como dizia a Cernich...), até porque me espera um peixinho assado no forno e o belo de um (ou quem sabe mais...) copo (s) de vinho. Tinto, pois claro.
A minha paragem aqui Nesta Paragem, tem apenas um único objectivo: partilhar convosco a minha admiração, paixão e respeito por esta Grande Senhora, Amália Rodrigues. Com ela divido os medos, as noites solitárias, as dúvidas, os sorrisos, a casa cheia (ou nem tanto), as risadas altas, a mania de apanhar flores, algum glamour, a insegurança e/ou nervosismo do nunca saber muito bem o que fazer com as mãos, o ser «frágil nas pequenas coisas, mas forte nas grandes» mas, acima de tudo, o olhar. Olhos grandes, profundos e distantes por vezes... Mas honestos e transparentes.
Esta partilha é composta por informações diversas: frases, um poema de José Carlos Ary dos Santos e, por último, faço questão que ouçam o meu fado preferido da Amália.
Espero, sinceramente, que apreciem este Instante na Paragem das Máquinas. Pelo menos aqui, deste lado, uma das Mães da Pequena Paragem está feliz!
Ditos, escritos e frases de Amália:
"O que me irrita é a mentira. Mas sei que a minha história vai ser aquela que escolherem, aquela que é mais interessante, aquela que não é minha." (Amália Rodrigues, 1987)
"(...) andei toda a vida a pedir desculpa por quem sou."
"Não tenho medo da morte, porque tenho fé e, sobretudo, lucidez. Sou frágil nas pequenas coisas, mas forte nas grandes." (Amália Rodrigues, Junho de 1995)
"Não era nem bonita, nem feia. Sou complicada, mudo de expressões muito facilmente. Tinha um amigo que costumava dizer que, num dia só, eu tinha cem caras." (Amália Rodrigues, Janeiro de 1998)
"A minha vida é mesmo uma estranha forma de vida. Aconteceu-me o destino de fazer de mim o que sou."
(Entrevista de Maria João Avillez a Amália Rodrigues - Revista Atlantis; Não consegui localizar a data)
Poema "Retrato de Amália", de José Carlos Ary dos Santos:
"És filha de Camões filha de Inês
assassinada voz de portuguesa
cantando a nossa imensa pequenez
com laranjas e gomos de tristeza.
É no claro Mondego dos teus olhos
que se debruça o mal da nossa mágoa.
Ao Tejo dos teus gestos que se acolhe
o nosso coração a pulsar água.
Falando desatada de saudade
choras um povo cantas a balada
mais bonita que soa na cidade
de Lisboa por ti apaixonada."
Letra e vídeo do fado "Medo".
"Quem dorme à noite comigo
É meu segredo,
Mas se insistirem, lhes digo,
O medo mora comigo,
Mas só o medo, mas só o medo.
E cedo porque me embala
Num vai-vem de solidão,
É com silêncio que fala,
Com voz de móvel que estala
E nos perturba a razão.
Gritar quem pode salvar-me
Do que está dentro de mim
Gostava até de matar-me,
Mas eu sei que ele há-de esperar-me
Ao pé da ponte do fim."
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