Foto: Luís Guerra, Outubro de 2002 (Vendas de Gavinhos, Oliveira do Hospital)
«Em biologia, metamorfose ou “alomorfia” (do grego metamórphosis) é uma mudança na forma e na estrutura do corpo (tecidos, órgãos), bem como um crescimento e uma diferenciação, dos estados juvenis ou larvares de muitos animais, como os insetos e anfíbios (batráquios), até chegarem ao estado adulto. Depois do nascimento, os animais podem sofrer dois tipos de desenvolvimento: directo ou indirecto. No desenvolvimento indirecto os animais que nascem diferem significativamente da forma adulta, assim os indivíduos passam pela metamorfose. Já no desenvolvimento directo, os animais já nascem com a forma definitiva, pois são muito semelhantes aos adultos, como por exemplo o ser humano.»
Foi exactamente há cinco anos atrás. Recordo cada milésimo de segundo, cada sensação, cada cheiro, cada dança, cada movimento, cada olhar e cada sorriso. Recordo-me até do meu Fiat Punto verde vejam bem! Ainda hoje toda a gente me associa aquele "carro de linhas" e, mesmo depois de o ter despachado tarde e a más horas, ainda tenho necessidade de buzinar a meio Mundo para chamar alguém e são poucos aqueles que me conseguem reconhecer a conduzir outro carro.
Avancemos. Naquela altura, estava loucamente apaixonada. Daqueles "erros" que se cometem uma vez, do género "embrulharmo-nos" com um dos melhores amigos. Não nego que até tem a sua piada. Não precisamos de vestir capas e capotes porque os amigos conhecem-se, admiram-se e respeitam-se. Não há nada de camuflado ali. Somos o que somos e o que sempre fomos! E eles já gostam de nós tal como éramos há vinte anos atrás! Bom, mas isto pode ser tudo muito subjectivo, pensarão vocês.
É verdade. Vivi uma grande história de amor quando tinha 28 anos. Talvez a mais verdadeira. Talvez, quem saberá dizer? A mais intensa, certamente. Era eu, despida de mim, do que sempre fui e aparentei ser. Já pensaram que quando amamos podemos aprender tanto? Sim, é verdade. Podemos aprender a ter consciência daquilo que poderá, eventualmente, vir a ser um "pseudo problema": a forma como nos entregamos. Afinal, quando amamos, despimo-nos de medos. A piada da coisa reside exactamente em continuar a acreditar no amor de uma forma positiva mesmo quando corremos sérios riscos de não ser correspondidos! And so what? Não devemos deixar de viver e de sentir! Até porque, como me disse a Sara há dias, aquilo que demonstramos (nós e os outros) nem sempre reflecte o que queremos e o que sentimos verdadeiramente. E também nos podemos enganar. Nós e os outros, claro.
Depois dos 28 anos mudamos! Quer dizer, inconscientemente desencadeamos em nós um processo em que "a" e "b" se encaixam porque sim, sem grande margem para questionar sequer onde fica o buraco do "c..." do bicho mais pequenino do Mundo. É verdade, não se riam! E não falo apenas da aparência física. Mudamos de dentro para fora e somos mais transparentes do que nunca. Tornamo-nos como que uma espécie de "peneira gigante", filtramos toda a informação que vem de nós e dos outros e, claro, a que vem do Mundo também. Refinamos os hábitos, as vontades e os quereres. Deixamos simplesmente de "papar grupos", se é que me faço entender.
Certo, certo é que a parte boa da coisa, e isso posso afiançar de imediato, é que depois dos trinta, Caríssimos Leitores... Depois dos trinta tudo melhora! Até porque aprendemos a gostar (ainda) mais de nós. Achamos piada e admiramos as nossas rugas (e também as dos outros), abusamos dos decotes para evitar os olhares mais curiosos para os rabiosques menos empinados, gostamos das nossas ancas e quadris que se te tornaram mais robustos e ousados também (por acaso sabem o que é a crista ilíaca?...), usamos gloss nos lábios como quem pede para ser beijada agora, agora, agora e mais e mais e ainda mais, fazemos massagens linfáticas, massagens anti isto e anti aquilo, experimentamos as madeixas louras e as unhas pintadas com manicure francesa.
Escrevo-vos de experiência própria e de coração aberto. Tenho alguma dificuldade em generalizar e acabo por particularizar e reduzir a amostra ao meu caso pessoal e também a algumas experiências relevantes de Amigos. Lá está. Outra coisa boa que vem com os trinta anos... Usamos e abusamos do Livre Arbítrio. Eu faço-o (quase) sempre (vou caminhando neste processo, nesta minha metamorfose)... Só estou onde quero estar. Só vou onde quero ir. Só estou com quem quero estar. Só gosto de quem gosta de mim. E quem não gosta assim pode bem "meter à borda do prato". Temos pena.
A era dos "intas" prepara-nos o terreno para que a era dos "entas" se apresente naturalmente e também para que, na melhor das hipóteses, consigamos vivê-la ainda melhor, com mais fervor, ternura e tranquilidade. Bom, a ordem pode ser alterada desde que exista tranquilidade, fervor e ternura. Insisto nisto porque também me ajuda a mim a recordar que... Racionalizar no Amor e na Amizade é tão importante como viver intensamente cada um desses sentimentos. Atingimos um patamar. Mais um.
Evoluímos. Subimos degraus a "olhos vistos". A mim, em particular, nada me assusta. Nem a idade, nem o envelhecimento, nem o Amor e nem a morte. Uma passagem. Apenas mais uma. Outras se seguirão. Tudo melhora com o passar dos anos, tal como os vinhos. As metamorfoses ocorrem em nós de forma dinâmica, tipo em espiral, tal como um orgasmo. Podemos até sentir que não sabemos de que terra somos. Vemos estrelas, ficamos zonzos. Mas, devidamente conectados, percepcionamos a evolução, a nossa evolução, e sentimo-nos ainda mais seguros, mais fortes. Ainda mais confiantes.
Insisto na Sincronicidade. Nada acontece por acaso. Coincidências? Não, não existem coincidências!
"Estou-me a vir.
E tu como é que te tens por dentro?
Porquê não te vens também?"
Sigamos em frente. Olhos bem atentos. Coração aberto, sempre. Sem medos!
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Metamorfose e http://pt.wiktionary.org/wiki/metamorfose.
Foi exactamente há cinco anos atrás. Recordo cada milésimo de segundo, cada sensação, cada cheiro, cada dança, cada movimento, cada olhar e cada sorriso. Recordo-me até do meu Fiat Punto verde vejam bem! Ainda hoje toda a gente me associa aquele "carro de linhas" e, mesmo depois de o ter despachado tarde e a más horas, ainda tenho necessidade de buzinar a meio Mundo para chamar alguém e são poucos aqueles que me conseguem reconhecer a conduzir outro carro.
Avancemos. Naquela altura, estava loucamente apaixonada. Daqueles "erros" que se cometem uma vez, do género "embrulharmo-nos" com um dos melhores amigos. Não nego que até tem a sua piada. Não precisamos de vestir capas e capotes porque os amigos conhecem-se, admiram-se e respeitam-se. Não há nada de camuflado ali. Somos o que somos e o que sempre fomos! E eles já gostam de nós tal como éramos há vinte anos atrás! Bom, mas isto pode ser tudo muito subjectivo, pensarão vocês.
É verdade. Vivi uma grande história de amor quando tinha 28 anos. Talvez a mais verdadeira. Talvez, quem saberá dizer? A mais intensa, certamente. Era eu, despida de mim, do que sempre fui e aparentei ser. Já pensaram que quando amamos podemos aprender tanto? Sim, é verdade. Podemos aprender a ter consciência daquilo que poderá, eventualmente, vir a ser um "pseudo problema": a forma como nos entregamos. Afinal, quando amamos, despimo-nos de medos. A piada da coisa reside exactamente em continuar a acreditar no amor de uma forma positiva mesmo quando corremos sérios riscos de não ser correspondidos! And so what? Não devemos deixar de viver e de sentir! Até porque, como me disse a Sara há dias, aquilo que demonstramos (nós e os outros) nem sempre reflecte o que queremos e o que sentimos verdadeiramente. E também nos podemos enganar. Nós e os outros, claro.
Depois dos 28 anos mudamos! Quer dizer, inconscientemente desencadeamos em nós um processo em que "a" e "b" se encaixam porque sim, sem grande margem para questionar sequer onde fica o buraco do "c..." do bicho mais pequenino do Mundo. É verdade, não se riam! E não falo apenas da aparência física. Mudamos de dentro para fora e somos mais transparentes do que nunca. Tornamo-nos como que uma espécie de "peneira gigante", filtramos toda a informação que vem de nós e dos outros e, claro, a que vem do Mundo também. Refinamos os hábitos, as vontades e os quereres. Deixamos simplesmente de "papar grupos", se é que me faço entender.
Certo, certo é que a parte boa da coisa, e isso posso afiançar de imediato, é que depois dos trinta, Caríssimos Leitores... Depois dos trinta tudo melhora! Até porque aprendemos a gostar (ainda) mais de nós. Achamos piada e admiramos as nossas rugas (e também as dos outros), abusamos dos decotes para evitar os olhares mais curiosos para os rabiosques menos empinados, gostamos das nossas ancas e quadris que se te tornaram mais robustos e ousados também (por acaso sabem o que é a crista ilíaca?...), usamos gloss nos lábios como quem pede para ser beijada agora, agora, agora e mais e mais e ainda mais, fazemos massagens linfáticas, massagens anti isto e anti aquilo, experimentamos as madeixas louras e as unhas pintadas com manicure francesa.
Escrevo-vos de experiência própria e de coração aberto. Tenho alguma dificuldade em generalizar e acabo por particularizar e reduzir a amostra ao meu caso pessoal e também a algumas experiências relevantes de Amigos. Lá está. Outra coisa boa que vem com os trinta anos... Usamos e abusamos do Livre Arbítrio. Eu faço-o (quase) sempre (vou caminhando neste processo, nesta minha metamorfose)... Só estou onde quero estar. Só vou onde quero ir. Só estou com quem quero estar. Só gosto de quem gosta de mim. E quem não gosta assim pode bem "meter à borda do prato". Temos pena.
A era dos "intas" prepara-nos o terreno para que a era dos "entas" se apresente naturalmente e também para que, na melhor das hipóteses, consigamos vivê-la ainda melhor, com mais fervor, ternura e tranquilidade. Bom, a ordem pode ser alterada desde que exista tranquilidade, fervor e ternura. Insisto nisto porque também me ajuda a mim a recordar que... Racionalizar no Amor e na Amizade é tão importante como viver intensamente cada um desses sentimentos. Atingimos um patamar. Mais um.
Evoluímos. Subimos degraus a "olhos vistos". A mim, em particular, nada me assusta. Nem a idade, nem o envelhecimento, nem o Amor e nem a morte. Uma passagem. Apenas mais uma. Outras se seguirão. Tudo melhora com o passar dos anos, tal como os vinhos. As metamorfoses ocorrem em nós de forma dinâmica, tipo em espiral, tal como um orgasmo. Podemos até sentir que não sabemos de que terra somos. Vemos estrelas, ficamos zonzos. Mas, devidamente conectados, percepcionamos a evolução, a nossa evolução, e sentimo-nos ainda mais seguros, mais fortes. Ainda mais confiantes.
Insisto na Sincronicidade. Nada acontece por acaso. Coincidências? Não, não existem coincidências!
"Estou-me a vir.
E tu como é que te tens por dentro?
Porquê não te vens também?"
Caetano Veloso, "Porquê" (http://www.youtube.com/watch?v=Lp-cT8j5k8I&feature=PlayList&p=FC126151DA8417B5&playnext=1&index=1)
Sigamos em frente. Olhos bem atentos. Coração aberto, sempre. Sem medos!
Caetano Veloso, "Mora na Filosofia" (http://www.youtube.com/watch?v=0x2mpUQTCqw&feature=PlayList&p=FC126151DA8417B5&index=2&playnext=2&playnext_from=PL)
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