31 de outubro de 2014

E pluribus unum.


11 Anos depois.
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Uns vão-se, outros ficam. A vida é assim, insiste em não se aperfeiçoar e isto, por si só, é extraordinário.

A Catedral da LUZ.
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É única. Dá-nos alegrias tremendas mas também nos rouba sonhos. A mística, essa mantém-se. Somos todos um SÓ. Somos grandes nuns dias e ficamos pequeninos noutros tantos. Os corações batem mais depressa e de forma descompassada. Tic-Tac, Tic-Tac...
Já ali ri; Já ali chorei. Emocionei-me, gritei, pulei, tantas corpos abracei.

A Águia Vitória.
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Arrepia-me desde a unha do dedo mindinho até à raíz dos cabelos. E ali ficamos nós, todos de pé qual papoilas saltitantes nos campos a vibrar. Naqueles instantes, o pulsar dos corações vibra numa só frequência; A energia contagia-nos. E, tal como ouvi em tempos, esta coisa do Benfica é tipo virús... Sobe-se por nós acima! E é mesmo.

Venham mais 11. Afinal de contas, contra nós só quem conseguir.


Lost & Found.


NOCTURNAMENTE.
Nocturnamente te construo
para que sejas palavra do meu corpo
Peito que em mim respira
olhar em que me despojo
na rouquidão da tua carne
me ínicio
me anuncio
e me denuncio
Sabes agora para o que venho
e por isso me desconheces.
 
© MIA COUTO. In Raíz de Orvalho e Outros Poemas, 1999.



São gestos...


"Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco". -- Sophia de Mello Breyner.


Se formos (só) por aqui...








30 de outubro de 2014

O poder do Amor.


O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz. 

-- O Meu Amor, Chico Buarque --


Espelho do Coração.


Não tenho nada mas tenho, tenho tudo. Sim, era a Floribela que o dizia. 

«A introspecção permite-nos ver o nosso verdadeiro “eu”, no espelho do nosso coração.» -- Brahma Kumaris.



How Can You Mend A Broken Heart?




29 de outubro de 2014

Coisas de Família.

Morreu-se-me mais uma das minhas pessoas. Daquelas do Património que é a Família mas daquelas de quem eu sempre gostei, de quem gostava e de quem vou gostar na mesma.

De qualquer forma, e em jeito de compensação, quis o Universo que eu me animasse um pouco e eis que encontro o meu porto seguro, o meu mais que tudo. E não, não foi o gajo do café. Aliás, até é coisa de gaja não fosse ela a Madeira, a minha Ilha da Madeira.

Oh McNamara: eu cá já gostava de ti mas agora, upa upa.


28 de outubro de 2014

Plano de actividades e a orgânica (da coisa).


Entretanto, só não nos foi dado a conhecer qual o ano desse tal plano de actividades. Será de 2014 ou de 2015? De qualquer forma, ninguém nos paga para pensar. Pior! Somos roubados desde 2011 e é coisa para não tugir nem mugir, até porque isso é coisa de vaca. Mas até gosto das bichas, sejam elas as ditas das vacas e/ou as bichas loucas dessa life. Oh pá, sei lá... Divertem-me.

Entre cus, gente feia e outra tanta (já) completamente vendida, alguém se há-de safar. Aliás, uma constante por "aqui".

[Nota de rodapé: Ide todos para a PQP, é o que é.]

Cabe tudo dentro de um abraço.



Minha Querida e Doce Inês,

Que as nossas vidas sejam sempre recheadas de amor e temperadas com alegria, carinho e copos de vinho tinto (venham a nós os Sábados tão adorados!).
Fazes parte do Património dos meus Afectos e tenho por ti uma admiração e respeito enormes.
Coisas nossas... De ontem, do hoje e para o amanhã.

Underneath black sheets.

@Av.ª EUA, Lisboa. 2014.


Something 'bout the way the hair falls in your face
I love the shape you take when crawling towards the pillowcase
You tell me where to go and
Though I might leave to find it
I'll never let your head hit the bed
Without my hand behind it







Pardon the way that I stare. There's nothing
else to compare. The sight of you leaves me
weak. There are no words left to speak.
But if you feel like I feel. Please let me know
that it's real. You're just too good to be true.
Can't take my eyes off of you. 




Ooopppsss, já fomos!


Tengo hambre de tu boca, de tu voz, de tu pelo
y por las calles voy sin nutrirme, callado,
no me sostiene el pan, el alba me desquicia,
busco el sonido líquido de tus pies en el día.

Estoy hambriento de tu risa resbalada,
de tus manos color de furioso granero,
tengo hambre de la pálida piedra de tus uñas,
quiero comer tu piel como una intacta almendra.

Quiero comer el rayo quemado en tu hermosura,
la nariz soberana del arrogante rostro,
quiero comer la sombra fugaz de tus pestañas

y hambriento vengo y voy olfateando el crepúsculo
buscándote, buscando tu corazón caliente
como un puma en la soledad de Quitratúe.


-- Pablo Neruda, Soneto XI --

27 de outubro de 2014

7.30.

Eram mais ou menos 7.30 da manhã do dia 27 de Outubro de 2005.
Eram mais ou menos 7.30 e não me chamaste a mim (eu por acaso estava em tua casa nessa manhã). Não me chamaste a mim; Eu sei que nunca o farias. Chamaste o Pai. Por obra do acaso (ou talvez não), ele não te ouviu.
Eram mais ou menos 7.30 e só eu te ouvi.
Eram mais ou menos 7.30. Saímos os 3 de casa eram 8.00 mas tu não voltaste. Mas eu sabia que assim seria. E assim foi. -- Foste e não voltaste.

Pescadinha de rabo na boca.

Ou tudo ou nada. Desperdiçar 0. Meia bola e força mas... Qual meia bola, qual quê! Vens, vou, vamos (juntos) com a bola toda, jogamos e ficamos sempre a ganhar. Damos o jogo por encerrado, arrumam-se as peças e vais à tua vidinha que se faz tarde. Além disso, e para mim, são mais do que horas de dormir.

Pescadinha de rabo na boca, coisa mais boa e fofa. E só não te amo porque não te posso "ter" por perto. Quer dizer, poder até posso. Mas não sei se me apetece.


À (nossa) volta.

Pensei logo na reciclagem, assim só por exemplo.

24 de outubro de 2014

Prancha em inglês diz-se plank.

Ainda a propósito do soalho pélvico de ontem (hoje é dia, uhuhuhu!), eu também faço pranchas no Pilates. Ah, pois é. E gosto. O problema é só um, quer dizer, na prática são três: os dois punhos e a (falta de) força.

Ainda assim, esforçamo-nos todos imensooo para manter uma cara alegre e contente, como se não se estivésse a passar nada. E diz o Budismo que não se está a passar mesmo nada, certo?

Basta apreciar a carinha da mocinha lá de cima. É que a vidinha corre-lhe bem!

Entre maçons e opus dei, não há quem nos valha.

Diz que é Sexta-Feira. Já eu, que sei que nada sei (eu e o Sr. Eng.º José Sócrates), também sei que entre maçons e opus dei, não há quem nos valha.

E mais... Ide todos levar naquele mesmo sítio onde levam as galinhas.

23 de outubro de 2014

Soalho pélvico.

Do Pilates, cujo verbo é Pilatar:
De tantas outras coisas que lá aprendi, e das quais posso referir, só por exemplo, as 3001 formas de respirar, assim como, outras tantas de encaixar a anca [este post resume-se a isto, à anca e ao que se pode fazer com ela, seja às Quartas, às Sextas mas, na verdade, o meu conselho é que seja todos os (santos?) dias da semana], eis que também já sei o que é o soalho pélvico. Porém... Não posso deixar de mencionar que tudo me parece um tanto ou quanto sexy, erótico, bonito e eu gosto. Oh se gosto.

Amanhã volta a ser dia de sair de lá de banho tomado, cabeça arejada e com o belo do soalho pélvico "arrumado". É Sexta-Feira, o tempo está de feição. Como é óbvio, só dá vontade de fazer o amor mal se chegue a casa. Brincamos, oh quê?!...

Inspira, expira... Sobe a anca, aperta os glúteos, encaixa a anca e no fim, solta o soalho pélvico, descansa e relaxa (só fica a faltar o cigarinho, querem ver?)... Diz que também é bom para a bexiga, pois evita a incontinência. Já o sexo, esse bendito seja louvado, faz bem a tudo.


22 de outubro de 2014

Sexo, Drogas e Rock & Roll (ontem já foi tarde).

Dáva-me tanto jeito poder fumar uma ervazita e beber uns belos copos de vinho tinto (ou de outra coisa qualquer, já estou por tudo, é o que é) mas assim de forma livre e tal, sem punições nem vigilância alheias. É que seria tudo tão mais fácil de "gerir" (de aturar, basicamente).

Frase de ordem: todos pró crlo.



                     


21 de outubro de 2014

A vida não gosta de esperar. Já eu, adoro fazer ó-ó.

Eu acordo com despertador todos os dias, excepto ao Domingo. Sim, tenho Domingos e também faço almoços e jantares  românticos comigo mesma. E vou ao cabeleireiro, à esteticista e manicure/pedicure, ao cinema, a todas as lojas que me apetece, independentemente de comprar ou não. Faço meditação, Reiki, cursos de Mindfulness e retiros espirituais, gosto de Sta. Rita de Cássia mas também tenho tatuagens no corpo e gosto de beber vinho tinto e ponchas. E ginjas em copinhos de chocolate, ali para os lados do Porto Moniz (mas tem que ser Inverno e estar muito vento e frio). Este ano também me lambuzei muito no Santo da Serra. Quer dizer, lambuzei-me em frango assado e em bolo do caco, assim cheiooo de manteiga de alho (não propriamente no Santo António, entenda-se), tudo bem regado a vinho tinto e boa companhia.

Agora lembrei-me que também vou à praia do CDS nas horas de calor e é tão bom, oh se é. E bebo minis pretas ao Sol, enquanto se comem batatas fritas de pacote a saber a sal e a azeite manhosos. E que dizer dos mojitos na Praia do Garajau, entre calhaus e pedras de todos os tamanhos e feitios, hein? Certo é que também vou dos Prazeres à Calheta na torreira do Sol, do Paul do Mar ao Estreito da Calheta; Fazemos praia em pleno Oceano Atlântico, ouve-se música reggae e não se sabe bem onde se está (eu hei-de visitar a Jamaica), rumamos ao arraial mais próximo todas "desgadelhadas", dançámos e "encaracolámos" num "Apita Ó Comboio" frenético. Por fim, não menos satisfeitas, sentámo-nos no chão para comer sandes de carne vinha d'alhos e beber vinho com laranjada, fugimos de pessoas e desejámos pôr o "rabixole" numa bela Virago. Mas a Rosa é que me conduzia, só naquela de sermos rebeldes.

Isto para não falar de uma vez que saímos de um cemitério no Redondo e, uns metros depois, desatámos a rir que nem loucas, perante os olhares curiosos e estupefactos dos demais. Isto sem contar que, sempre que se ouve aquele CD do Tony Carreira, o carro da Rosa torna-se num verdadeiro Olympia de Paris. Cantamos alto, baixo, "gesticulamos", ora com os bracinhos no ar (é o Tony que nos pede, atenção), ora com o corpinho a dar a dar. Houve quem ficasse tremendamente chocado mas nós lá continuámos, em palco! Simmmmmm...! Que vai ser nóssssss?!...

Bom, também tenho alturas em que passo horas sem fazer um cú, é verdade. E é muito bom. Mesmo. Mas está na altura de voltar a fazer o tricot com lã grossa e agulhas gordas, bem sentadinha no sofá, enquanto bebo chá de perpétuas roxas e embruteço a ouvir a Casa dos Degredos, que nos faz ter conversa para o resto da semana. Conversa e risota, ora bem.

Ter filhos deve ser igualmente bom; Não sei mas acredito que sim. Ser filha é maravilhoso, isso não posso negar. A propósito, acho MESMO que tudo faz parte, tal como diz a minha Comadre Célia. É maravilhoso de uma maneira ou de outra. Já fomos "ricas", é certo. Hoje, tendo um KING na vida e no coração, somos ainda mais felizes!
 
Gosto desta musiquinha, até porque a vida não gosta de esperar. Já eu, adoro fazer ó-ó!





[Oh pá, mas afinal quem é essa tal de Xana Toc Toc?]

O Roberto Carlos lá sabe.

O metro está em greve todo o santo dia. Não chove e dizem que vai estar um calor daqueles. No entanto, se eu contasse a alguém o que aconteceu nos Restauradores na Segunda-Feira passada, assim como da quantidade de água que me passou pela cabeça e pelos pés, provavelmente só os meus Primos E. e S. acreditariam. Até porque estavamos juntos. Caso contrário, nem parece verdade. Mas foi.

Acabei de ler o pensamento do dia BK.      

Se errar é humano; Perdoar é divino, dizem. Contudo, e quando eu era pequenina, já o Roberto Carlos cantava algo do género - Quero que você me aqueça nesse Invernooo e que tudo mais vá pró Infernooo.  

Cá vai disto:

     

20 de outubro de 2014

Provalmente, só me falta parir.(*)

Belisco-me assim... 2, 3 vezes, só naquela e tal. Sendo que tenho 39 anos e que aprendi a ler aos 6, dou-me por satisfeita por encontrar isto.

E, visto que julguei que este dia jamais chegaria, vou ali abrir uma garrafita de vinho tinto e já volto. É que o parir, esse, fica para depois.

(*) E conhecer a Patagónia mas não sem antes passar pela Argentina. Ah, pois é!

Não gosto whisky mas vodka ainda marcha. Isto e biquínis em Outubro.


«(...) Gosto de carne, mas sempre tive muito cuidado com a alimentação. Antes custava-me imenso beber sumo de maçã. Comecei a pôr-lhe um bocadinho de vodka e agora já o bebo sem dificuldade. Vou fazer o mesmo com as papas de aveia. (...)»

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Certo, certo é que a perna de peru do Natal já leva, para além da mostarda, uma dose generosa de whisky. Eu que nem gosto de whisky mas... Sou fina, é o que é. 


Portanto, é todo um novo Mundo que se abre. Ou então é só deixar descambar de vez (ui, tão bom). Isto tudo porque o meu Pai iniste em dizer que sempre fiz o que quis. Sim, desde tenra idade. Tão certo quanto o meu 2.º nome ser exactamente igual ao da Águia do Sport Lisboa e BENFICA. Mas deixei uns quantos biquinis na casa da Costa da Caparica e parece-me que serão de usar, ainda que estejamos em Outubro. Sim, Outubro. É o que dá o S. Pedro não tomar a medicação. É vê-lo bipolarizar. Sim, estamos em OU-TU-BRO. 

P.S.(1): É o S. Pedro e eu. Mas atenção... Ele não usará os meus biquínis. Ai isso, não senhor.
P.S.(2): Deverei terminar com um (valente) AMÉM? É que quem ajoelha terá que rezar. Isto é tão certo quanto a hora de Inverno mudar no próximo dia 26 de Outubro de 2014.
P.S.(3): Não me lembro da última vez que fui à Missa mas estive em duas procissões em Agosto (no espaço de duas semanas, atenção) o que, por si só, já é de louvar. 


A melancolia é só mais um tumulto, um novo precalço.


O outono vem vindo, chegam melancolias, 

cavam fundo no corpo, 

instalam-se nas fendas; às vezes 

por aí ficam com a chuva 

apodrecendo; 

ou então deixam marcas; as putas, 

difíceis de apagar, de tão negras, 

duras. 
-- Eugénio de Andrade - O Outono. --

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# [Outubro e Novembro: ide para a Sra. PQOP.] #
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15 de outubro de 2014

1# Diz que é Felicidade.


Este exercicio não é fácil mas também não é impossível (eu quero continuar a ter Fé e a acreditar!). Porém, o maior problema coloca-se na quantidade de gente má, perversa, falsa, feia, podre, arrogante e vendida (estúpida, basicamente, vá!) que se intromete no nosso Caminho.

Mas, seguindo aquela teoria de que nada acontece por acaso e ainda a outra igualmente fantástica que diz que ninguém cruza a nossa Vida por acaso (e que por trás de toda e qualquer pessoa há sempre um "ensinamento" e uma lição a reter), questiono-me, tal e qual faz o meu querido Félix: - Que mal fiz eu para merecer isto? Bom, só posso ter roubado as pulseiras do Rei Salomão para ter esta sorte. Ou então, diz que é do Fado.

Ainda assim, amanhã já é Quinta-Feira, obaaaaaaa!



É a viding, o que é que se pode do about it?

Isto são coisas da (minha) life. Aussi.

Ao mesmo nível, só mesmo a Malhoa a "turbinar" que nem crazy. Ora pois, for sure.

10 de outubro de 2014

Estamos no Outono.


Minha Querida Vanda,

Vim só dizer-te que estamos no Outono e que, de certa forma, o sinto assim. Mas isto, como é óbvio, também vale o que vale!

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Gosto muito, mas mesmo muito do Verão. Gosto muito do Inverno. Faço anos na Primavera mas o Outono exerce, efectivamente, um certo "poder" em mim.

Já que comecei por escrever na primeira pessoa, por aí vou continuar. Podia tentar encontrar um qualquer paralelismo e associar este magnetismo, chamemos-lhe assim, a uma certa nostalgia que invade o ar (ou que se me invade a mim em concreto); Podia até referir-me ao Verão de S. Martinho visto que sou, literalmente, viciada em castanhas. Lembrei-me agora das comidas de forno, da carne e das batatas assadas com amor, devidamente temperadas com alegria, assim como das rodelas de laranja cortadas de forma mais ou menos "tosca" e que vinham embelezar as travessas. Umas quantas delas (as travessas) foram postas na máquina de lavar ontem à noite. Mas só porque eu estava virada para arrumações extra, grantidamente. E ora aqui está o meu Eu. De novo.

Mas o Outono deixa-me assim, sei lá, meio mole, meio feliz, mais pensativa, tristonha qb e suspiro. Oh Céus, suspiro bastante! Bom, certo é que por vezes (também) perco a paciência. O diafragma abre-se e fecha-se, enche-se o peito de ar e é só deitá-lo cá para fora.

E lá vou eu, olhando para o chão (escrevi isto e ouvi criancinhas a cantar aos meus ouvidos: olhei para o Céu, estava estrelado, vi o Deus Menino nas palhas deitado, nas palhas deitado e... Por aí fora). Caminho sobre as primeiras folhas que entretanto (já) cairam. Sinto-as estalar debaixo das sabrinas encarnadas, enquanto o frio da manhã me fortalece os ossos, dos pés aos tornezelos enquanto a minha face dança num vai vem, entre o olhar em frente [ai, havia tanto para dizer do ar fresco matinal em faces rosadas, assim como dos cabelos (agora mais compridos) que agora também se entregam ao vento] e o olhar para baixo. Perdida em pensamentos ligeiros, que a manhã é coisa de calmaria, ouço essas mesmas folhas como que pedindo timidamente - «-olha, não nos pises!».

As cores de Outono deliciam-me, é um facto. Há todo um misto de sabores, cores e cheiros, densos mas nada intensos, que surgem aqui e ali. Tenho para mim que a Mãe Natureza se quer despir e, como que numa dança mais ou menos sensual, vai deixando cair as suas folhas e galhos, enquanto se prepara para o seu banho demorado. De seguida, e qual vaidosa que é, vai querer olhar-se ao espelho, que eu cá bem sei. São sombras, imagens, gestos, palavras soltas ao vento (o mesmo vento que nos refrescou as faces rosadas e nos desalinhou o cabelo ali em cima) que, em rodopio, como que "bamboleando", nos fazem lembram que, tal como na Natureza, é tempo de largar – sem pressas, sem esforços, sem angustia, sem dores e sem penas (daquelas que nos pesam a alma e nos adormecem a razão).

Estamos no OUTONO. Para que a "coisa" corra ainda melhor, basta abrir as mãos e deixar ir. Até porque o apego não se casa com o Outono!

 

Esse estranho fulgor.

Monte, Madeira. 11 de Agosto de 2014 (100.º degrau).
«Estranho Fulgor.
Deu-me Deus bodas vermelhas
E palavras como abelhas
Esquecendo-se de mim.

Deu-me a paz de alguns minutos
E palavras como frutos
Esquecendo-se de mim.

Deu-me as ideias formosas
E palavras como rosas,
Esquecendo-se de mim.

Deu-me a voz que persuade
Muito mais do que a verdade
Esquecendo-se de mim.

Mas um dia, veio a dor
Veio o castigo sem fim
Veio esse estranho fulgor
Apartando o bem do mal
E vi que Deus afinal
Já se lembrava de mim...» -- Pedro Homem de Mello
.



9 de outubro de 2014

Quem sabe; Quem poderá saber?

Há dias e dias. Hoje, pelos vistos, apetece-me "dizer" mais qualquer coisa (mas não o farei; colocam-se os headphones nos ouvidos, aumenta-se o som de forma considerável e isto, por si só, já muda qualquer coisa). Bem sei que de nada resolve, até porque não faz parte dos meus ensejos ter mais leitores (HAHAHAHAHAAHAH) mas, ainda assim, fica o registo. Ou será que pelo simples facto de o "verbalizar", ainda que escrevendo, a coisa não vira e o cenário se altera?

Quem sabe; Quem poderá saber?

-- Estou divertida, é o que é!

Tempo de qualidade é VIDA!


@Desapego é amor. É Vida!


8 de outubro de 2014

Não gosto que me entrem na vida sem pedir licença.



Provalmente, isto roça a bipolaridade mas, para ser franca, estou-me nas tintas. Que é como quem diz, vou já ali ao lado fazer um pi do pipi ou, quem sabe, farei uma salada de atum para o almoço de amanhã. E, já que sou alérgica a castanhas (nunca pensei, confesso, e já levo 39 anos disto - "emborcar" castanhas como se não houvesse destino), fico-me pelo vinho tinto. Vá lá, vá lá. Chá verde e rooibos é para esquecer, assim como a canela no café e nos pastéis de nata. Esperem! Mas quais pastéis? Estou desgraçada. Ninguém me paga para pensar, pois não? Bom, mas eu gosto de falar sózinha e de escrever... Mais que não seja para me ouvir e ler.

Ainda assim, continuo a não gostar que me entrem na vida sem pedir licença. E a mais não sou obrigada. Oh, oh, oh... A beirinha do prato está sempre disponível.


 

7 de outubro de 2014

@Percurso.


Funchal, 9 de Agosto de 2014.

«O caminho original é só um, e percebemos que o encontrámos porque as pernas tremem, o coração pulsa e a emoção rasga. Nessa altura, terás encontrado – o corpo explica tudo se o tivermos em atenção. Até lá, até o corpo saltar de alegria dizendo "É aqui que me sinto em casa", até lá, vai fazendo os percursos, aprendendo com cada um, sem alimentar ilusões.»

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Funchal, Madeira. 
Onde sou mais feliz? Onde se vive fora de tempo? Onde o amor acontece e a emoção prevalece? Onde estou sem estar? Onde quero estar? Onde, onde? Onde sei que serei feliz? É já ali mas fica tão longe. Tão longe de ti. Mais perto de mim. Mas é longe. 

E assim, tão longe, como pode ser o Céu tão longe? E tão longe, tão longe se a tua voz vive em mim?
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2 de outubro de 2014

@Compassion.


~ Chenrezigthangka_Chenrezig ~ (imagem retirada da internet)

«To grow old is to pass from passion to compassion.»  -- Albert Camus.

Às vezes, mesmo assim do nada, tudo se articula, tudo faz sentido, tudo se encaixa. Gosto particularmente deste encaixar, do estar ligado. Melhor ainda, do estar conectado.

E, voltando ao início, eis que do nada, que é como quem diz, em menos de 24h, chegam-me mensagens do Além.

A compaixão é grande. O trabalho percorrido já é tão estrondosamente maravilhoso que, tudo quanto possa estar para acontecer, sabe-se à partida que será ainda melhor e mais saboroso. Sim, porque a vida, sendo o que é, é estupidamente saborosa.

Compaixão. Este é o registo; Esta é a frequência!