10 de abril de 2013

Das cicatrizes.


«Tenho cabeça, coração e respeito-me. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui para viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente. Sou isso hoje, amanhã já me reinventei. Sou complexa, sou mistura. Perco-me, procuro-me e acho-me. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar. Não me doo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos.» -- Clarice Lispector.
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Agora a sério... Eu já me tinha dito que já chegava mas tu insistes em invadir-me o corpo e a mente. Foda-se. O pior é que sou eu quem te atrai para mim. E isto é, sem sombra de dúvida, do caralho.

É aquilo mesmo... Não suporto meio termos. Sou pelo TODO com tudo a doer e a rasgar, para o bem, como para o mal. Sempre, mas sempre... Pelo tempo que durar. Agora tu o que és? Nada mais do que uma fumaça esbranquiçada num looping frenético de espelhos.

Se eu quero isto (e com isto mais cicatrizes)? Não, não e NÃO! De todo. Mas por hoje e só por hoje... Lembrei-me de ti. E isto, por si só, continua a ser do caralho.

9 de abril de 2013

Das comezainas...




«Minha cabeça estremece com todo o esquecimento.
Eu procuro dizer como tudo é outra coisa.
Falo, penso.
Sonho sobre os tremendos ossos dos pés.
É sempre outra coisa, uma só coisa coberta de nomes.
E a morte passa de boca em boca com a leve saliva,
com o terror que há sempre
no fundo informulado de uma vida.  
A árvore abriu-te os braços e eu despi-te 
o verde como se eu fosse a mão do outono
e dei-te o suco branco da inquietude 
e amor como palavra fome.
Deixa que o verbo rebente
como tu dentro do eu
língua de terra gramática de onda
nascemos da espuma de uma frase

-- Pedro Sena-Lino.

2 de abril de 2013

Oh pá, faz-me espécie, é certo, mas...


Eu sou uma destas pessoas, decididamente.

O que (se) vai já não volta.

Querido tu,

Definitivamente que não quero amar assim. Nem a ti, nem a ninguém.
«Agora é diferente
Tenho o teu nome o teu cheiro
A minha roupa de repente
ficou com o teu cheiro
Agora estamos misturados
No meio de nós já não cabe o amor
Já não arranjamos
lugar para o amor

Já não arranjamos vagar
para o amor agora
isto vai devagar
isto agora demora.»
-- Manuel António Pina
  
Bem sei que é bonito, é poético mas é exageradamente demais. Sim. É DE-MAIS.

Quero caber em mim de alegria e de felicidade.
Amar-me, respeitar-me e honrar-me.
Ser um todo em mim, perder-me e enquanto isso, demorar-me em mim.

E, tal como te disse ontem, o que vai já não volta. São momentos que surgem e vão.
Nada mais. O resto é PAI-SA-GEM. Aprende esta lição e terás a vida bem mais facilitada.
Bom, ainda assim, gostas de mim da mesma maneira e...
Apesar de não entender boi do que isto possa querer dizer, digo-te que me amo incondicionalmente. E isto sim será para todo o sempre.
 

Whatever tomorrow brings I'll be there
With open arms and open eyes, yeah
Whatever tomorrow brings I'll be there
I'll be there